Estão a ver aquelas alturas em que os nossos próprios pensamentos são os nossos piores inimigos? Pois é, é mais comum do que parece. Seja porque o físico já não é o que era, porque as incertezas profissionais são mais que muitas, porque a vida pessoal não é bem o que sonhámos ou porque não é possível prever o futuro (mas coisa boa não é, de certeza), há todo um conjunto de pensamentos e percepções negativas a ameaçar dominar-nos a vida. E como é que se lida com isso? Bem, é a isso que este livro pretende responder.
Uma das primeiras coisas a chamar a atenção neste livro, mais até do que a própria premissa, é o aspecto visual. Profusamente ilustrado, num estilo que complementa na perfeição o texto, chama a atenção, ao mesmo tempo que proporciona uma abordagem mais leve a um assunto que, em certos aspectos, até pode parecer banal, mas que está muito longe de ser simples. Além disso, este equilíbrio entre texto e imagens permite visualizar melhor as ideias que vão sendo apresentadas, tornando-as mais fáceis de assimilar.
Outro aspecto interessante é o facto de, apesar de ser também, à sua maneira, um livro de auto-ajuda, ter uma abordagem um pouco diferente a isso da auto-ajuda. Se há algo que este livro têm em abundância é humor, o que, por si só, permite reflectir nas coisas - principalmente na vertente mais fatalista de se ver o mundo - de uma forma mais leve. Junte-se a esta leveza o equilíbrio entre as diferentes facetas abordadas no texto - aspecto físico, vida emocional, stress e capacidade de relaxar - e o resultado acaba por ser uma perspectiva bastante ampla e interessante.
Claro que há uma diferença entre a teoria e a prática e, nalguns aspectos, fica a impressão de que essa diferença não é assim tão pequena, principalmente no que diz respeito à questão do aspecto físico. Ainda assim, e apesar de uma boa parte do livro se dedicar à construção de um plano de actividades específico, é perfeitamente possível retirar do livro apenas aquilo que parece ser útil a cada caso em particular - e deixar o resto de parte. Também isto acaba por ser interessante, pois abre espaço a uma abordagem mais pessoal da parte de quem está a ler.
Leve, divertido e com uma perspectiva simples quanto baste - mas não demasiado simplista - das possíveis estratégias para lidar com os pensamentos negativos, trata-se, portanto, de um livro diferente dentro do género. E isso, bem como a forma como as suas diferentes facetas se equilibram, é mais que o suficiente para fazer com que esta leitura valha a pena. Gostei.
Título: Deixa-te de Amarguras
Autoras: Lucía Taboada e Raquel Córcoles
Origem: Recebido para crítica
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