sábado, 11 de setembro de 2010

Na Sombra da Noite (J.R. Ward)

Caldwell, Nova Iorque. Por entre humanos que nada sabem sobre o assunto, os vampiros lutam contra um adversário que pretende a sua extinção. E a elite, os melhores de entre todos eles, formam a Irmandade da Adaga Negra. Poderosos, mas de alguma forma marcados pelo passado, eles são a melhor defesa do seu povo. E entre eles está Wrath, o último vampiro de puro-sangue e, por isso, considerado como um rei pelos seus. Mas o trono não lhe interessa. Apenas a destruição de um inimigo de longos séculos. E quando Darius, um dos Irmãos, lhe pede que conduza a sua filha através da Mudança, os planos do guerreiro terão necessariamente de mudar.
Simplesmente viciante, este é um livro onde, ainda que o romance e a sensualidade tenham necessariamente um papel a desempenhar, a história de Wrath e Beth não se sobrepõe a todos os outros elementos. O ambiente obscuro, transbordante de letalidade destes vampiros, não se limita à caracterização de Wrath, mas apresenta também, com bastante clareza e despertando já algumas simpatias, a forma de ser de guerreiros que terão o seu destaque noutros livros desta série. E é a interacção entre estes guerreiros e os protagonistas (mas não só, a estranha espécie de simpatia para com Butch é também um aspecto delicioso do livro) que, mais até que os sentimentos que nascem e crescem entre os protagonistas, dá a toda a história uma intensa força emotiva.
Wrath é um protagonista fascinante. Marcado pelo passado, com uma certa aversão aos humanos e uma inevitável propensão para esconder na fúria aquilo que o fere, é extremamente interessante acompanhar a mudança que Beth irá operar na sua forma de vida. E é também esta forma de ser, forjado para a luta e, por isso, rei relutante, que permite que a autora explore tão detalhadamente os elementos desta sociedade, para lá do romance, inserindo presenças como a da Virgem Escrivã e explorando cuidadosamente, mas com um sentido de humor muito agradável, as características particulares destes vampiros.
Uma última referência para os vilões, também eles marcados por uma forma de existência interessante, com características e hábitos peculiares. Ao dar também algum destaque à forma de ser e de agir dos caçadores, a autora acaba por despertar também uma certa curiosidade para o seu ponto de vista das coisas, deixando a sensação de que muito haverá ainda para contar sobre estes inimigos.
Um livro envolvente, abundante em romance e sensualidade, mas que não se fica por aí, criando uma abordagem interessante ao mito vampírico e, de forma por vezes divertida, por vezes comovente, mas sempre intrigante, um mundo a que apetece regressar. Muito bom.

4 comentários:

  1. Concordo plenamente contigo e aconselho-te a leres os restantes. Para mim o terceiro consegue ser ainda melhor que este primeiro.

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  2. Já imaginava que sim, o pouco que é revelado do Zsadist neste livro promete uma história fantástica. Já tenho a série quase toda ali na pilha... É só uma questão de tempo até os ler. :)

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  3. Sim, sem duvido o livro do Zsadist é um dos melhores, senao o melhor, mas a serie toda é das melhores que andam por ai do tema. Aconselho a todos a ler :)

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  4. Eu gostei muito do livro de Rhage. O 'Hollywood' fascinou-me desde este livro (primeiro). Já li o do Zsadist e apesar de ter oportunidade de ler os restantes volumes, esses não me chamaram muito a atenção, talvez pelo facto de não gostar muito dos outros membros da irmandade.

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