Sou conhecido como o Especialista, contratado para serviços específicos. O Despachante diz quem é o freguês, me dá as coordenadas e eu faço o serviço. Antes de entrar no que interessa – Kirsten, Ziff, D.S., Sangue de Boi – eu vou contar como foram alguns dos meus serviços. (1.º parágrafo de O seminarista)
Para o protagonista de O seminarista, matar não causa remorso, mas também não causa prazer. É apenas o seu trabalho, que lhe permite dedicar-se àquilo que realmente ama: livros, filmes e mulheres. Quando decide que já é hora de abandonar a profissão, descobre que não é tão imune aos efeitos dos seus trabalhos e das suas escolhas como acredita ser…
Carioca desde os oito anos, Rubem Fonseca nasceu em Juiz de Fora, a 11 de Maio de 1925. Leitor precoce porém atípico, não descobriu a literatura (ou apenas o prazer de ler) no Sítio do pica-pau amarelo, como é ou era de praxe no Brasil, mas devorando autores de romances de aventura e policiais de variada categoria: de Rafael Sabatini a Edgar Allan Poe, passando por Emilio Salgari, Michel Zevaco, Ponson du Terrail, Karl May, Júlio Verne e Edgard Wallace. Era ainda adolescente quando se aproximou dos primeiros clássicos (Homero, Virgílio, Dante, Shakespeare, Cervantes) e dos primeiros modernos (Dostoievski, Maupassant, Proust). Nunca deixou de ser um leitor voraz e ecuménico, sobretudo da literatura americana, a sua mais visível influência.
Por pouco não fez de tudo na vida. Foi office boy, escriturário, nadador, ajudante de mágico, revisor de jornal, comissário de polícia – até que se formou em Direito e se tornou professor da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e, por fim, executivo da Light do Rio de Janeiro.
Em 2003, ganhou o Prémio Juan Rulfo e o Prémio Camões.
Recebeu cinco vezes o Prémio Jabuti.
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