segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Novidades Esfera dos Livros para Setembro

D. Manuel estava nervoso, aquela era a mulher que sempre amara. Que sempre desejara. Já a noiva sentia-se resignada, na verdade, depois de ter ficado viúva de D. Afonso, filho de D. João II e herdeiro do trono de Portugal, sonhara enveredar por uma vida religiosa, ao serviço de Deus e dos mais necessitados. Mas quis o destino que os seus pais a entregassem a D. Manuel I, primo do seu falecido sogro.
Isabel de Aragão tornava-se a primeira das damas do novo soberano de Portugal, mas o casamento durou pouco mais de um ano e, para grande tristeza de D. Manuel, a sua doce mulher esvaiu-se em sangue aquando do nascimento do seu primeiro filho, D. Miguel.
Era preciso arranjar uma nova mulher. D. Maria de Aragão, sua cunhada com quem casou em 1500. Mas mais uma vez o fim seria trágico. D. Manuel voltava a cair numa profunda tristeza ao ver a sua amante, fiel companheira e conselheira dar o último suspiro em 1517.
Não era justo passar pelo mesmo sofrimento. D. Manuel ameaçou abdicar em nome do seu filho D. João, retirar-se para um mosteiro, mas para surpresa de muitos, ao olhar para o retrato de D. Leonor de Aragão, prometida do seu filho e herdeiro D. João III, o soberano enamorou-se de novo.

María Pilar Queralt del Hierro é autora de Eu, Leonor Teles e Memórias da Rainha Santa, ambos publicados com grande sucesso pela Esfera dos Livros.
Nascida em Barcelona, editou em 1984 Balaguer, uma biografia do poeta e político catalão sobre o qual incidiu a sua tese de licenciatura. Este livro significou o início de uma carreira dedicada ao romance biográfico de personagens históricas. Em 1995, publicou o seu primeiro volume de relatos, Cita en azul, uma obra que a crítica espanhola qualificou de «obra-prima absolutamente recomendável».

Com uma fé inquebrantável e uma personalidade de ferro moldada pelas agruras da vida, Grácia Nasi não teve medo de desafiar homens, papas, reis e o seu próprio destino. Nasceu em 1510 em Portugal no seio de uma família expulsa de Espanha. Contudo não seria em Lisboa que encontraria a tranquilidade. Viúva aos 25 anos, herdeira de um império baseado no comércio da pimenta e especiarias e de uma incalculável riqueza cobiçada por todos, esta mulher revelou-se uma mulher de negócios excepcional, com o mesmo espírito pioneiro e empreendedor que caracterizava os sefarditas judeus/cristãos-novos.

Grácia Nasi percorre o mapa da Europa, passando por cidades como Antuérpia e Veneza, até chegar ao Império Otomano, onde finalmente pode praticar a sua fé às claras, sem recear qualquer perseguição. Aí dedica-se a ajudar os seus correligionários a escapar à Inquisição, apoia o estudo e o ensino religiosos, bem como a edição de traduções da Bíblia e estende a mão aos mais necessitados.

Esther Mucznik viveu em Israel e em Paris onde estudou, respectivamente, língua e cultura hebraicas e Sociologia na Sorbonne. É membro da direcção da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) desde 1992 e sua vice-presidente desde 2000. Fundadora em 1994 da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos e desde então membro dos seus corpos dirigentes, é ainda redactora da Revista de Estudos Judaicos.


«A Sociedade Medieval Portuguesa torna-se “uma Bíblia”. Ninguém discorreu sobre as funções e os ritmos de trabalho do homem medieval, sobre as suas condições de habitabilidade, higiene ou saúde, sobre as suas manifestações exteriores de vestuário e mesa, sobre os seus afectos e crenças, sobre os seus valores culturais ou distracções ou sobre os seus modos de encarar a morte, sem recorrer a essa obra fundamental. E nela sempre encontrou - o que é marca identitária do seu autor em toda a sua produção científica - uma clara e sistemática exposição de cada tema, apresentada com clareza e objectividade, suportada por um vocabulário técnico-científico miudamente explicitado, e fundamentada numa ampla e sistemática investigação de fontes, sempre abonadas e em pleno identificadas.»

Maria Helena da Cruz Coelho, «A Medievalidade na Obra de A. H. de Oliveira Marques», in Na Jubilação Universitária de A. H. de Oliveira Marques, Coimbra, Minerva Coimbra, 2003.

A Esfera dos Livros apresenta A Sociedade Medieval Portuguesa um clássico da historiografia portuguesa, uma obra de referência que traça o retrato vivo da vida quotidiana entre os séculos XII e XV. Através destas páginas, amplamente ilustradas, ficamos a conhecer o que comiam e vestiam os homens e mulheres medievais, como eram as suas casas, os seus costumes, em que trabalhavam, as suas crenças e afectos.

A.H. de Oliveira Marques foi historiador e professor catedrático. O número total das suas obras de tomo ultrapassa 60 volumes. A colaboração, com artigos, em revistas, dicionário e enciclopédias ultrapassa o milhar. Proferiu numerosas conferências em universidades da Europa, Estados Unidos, Brasil e Argentina. O seu livro mais famoso é a História de Portugal inicialmente em dois volumes e refundida depois em três (1981), que atingiu já 14 edições em língua portuguesa.

Este livro revela-nos a história de imperadores, reis, políticos, membros da Igreja e das universidades que, ao longo dos séculos, viveram a sua sexualidade de forma livre, contudo presa a simulações e a jogos de poder. Através destas personagens da vida pública de todos os tempos, Fernando Bruquetas de castro conta-nos a história da homossexualidade, tantas vezes ocultada ou contada com muita timidez pela historiografia tradicional.

António Conti, filho de um mercado italiano, conquistou o coração de Afonso VI que gostava da presença de rapazolas, lacaios, escravos negros e mouros que foram deixando no leito real o aroma do exotismo. D. Pedro I ficou para a História como o amante viril de D. Inês de Castro, mas Fernão Lopes deixa clara na sua crónica a relação com o seu sensual escudeiro e a amizade com outros cavaleiros.

Da amizade entre Gilgamés e Enkidu, ao desespero de Aquiles por Pátroclo, do apaixonado Alexandre que enlouqueceu com a morte do seu amado Heféstion, ao general Júlio César, que procurava bonitos escravos em cada terra que conquistava, de Ricardo, Coração de Leão, que sucumbiu aos encantos de um trovador da corte, do delicado Maximiliano, imperador do México, que viveu uma dolce vita e cuja morte em frente a um pelotão de fuzilamento continua envolta em mistério, ao famoso duque de Windsor, que se deixou seduzir por Wallis Simpson e por um atraente milionário norte-americano.

Fernando Bruquetas de Castro é doutor em História pela Universidad de las Palmas de Gran Canária, tendo ganho o prémio da melhor tese de doutoramento (1998-2000). É professor titular de História Moderna leccionando História da Marginalização Social e História das Canárias.

Na manhã de 5 de Outubro de 1910, em Lisboa, um movimento revolucionário derrubou a Monarquia e proclamou a República Democrática.

Em Nobre Povo – Os Anos da República, Jaime Nogueira Pinto faz a crónica de um dos tempos mais agitados, apaixonantes e trágicos da História de Portugal. Um tempo dominado por líderes fortes, polémicos e carismáticos, como o democrático Afonso Costa ou o popular Sidónio Pais, e por idealistas determinados, como Machado Santos ou Paiva Couceiro.

Um tempo de costumes pouco brandos, mas muito português, animado por uma luta política e ideológica de razões e convicções fortes, entre livres-pensadores e católicos, republicanos e monárquicos, moderados e radicais, e marcado por conspirações, «inventonas», pronunciamentos militares, golpes de Estado, revoltas e revoluções – com marinheiros nas ruas, militares na política, povo nas trincheiras, padres combatentes e civis armados.

Jaime Nogueira Pinto colabora regularmente na imprensa portuguesa (Semanário, Diário de Notícias, TSF e SIC). Publicou por A Esfera dos Livros, em 2007, António de Oliveira Salazar – O Outro Retrato, que se encontra já na 7.ª edição, em 2008, Jogos Africanos, que se encontra na 3.ª edição, e, em 2009, Nuno Álvares Pereira, que se encontra na 4.ª edição.

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