quarta-feira, 19 de maio de 2010

Safari de Sangue (Deon Meyer)

Lemmer tem um temperamento difícil. Quando a fúria o invade, não consegue controlar o instinto para a violência e, por esse motivo, esteve quatro anos na prisão. Agora, é guarda-costas e, quando Emma le Roux o contrata, está longe de imaginar que as suas funções vão transcender em muito o seu trabalho. Porque Emma procura o irmão, Jacobus, mas há quem não queira que ele seja encontrado...
O grande ponto forte deste livro é, provavelmente, a caracterização do cenário. Situado em plena África do Sul, as descrições do ambiente e da cultura em geral, e em particular do funcionamento dos parques e reservas naturais transmitem a ideia de um lugar invulgar para o decorrer de um thriller. E é talvez por isso que resulta tão bem: a sucessão de intrigas e jogos de poder, o efeito das influências e da fuga às regras num cenário onde até grandes conspirações estão envolvidas torna-se mais fluído e de mais agradável leitura graças às pequenas relações de todos estes assuntos com o mundo natural.
A escrita é bastante acessível e a forma como a história se desenrola é, de modo geral, viciante. Existem apenas alguns momentos, principalmente no que se prende às revelações do passado, que parecem, por vezes, quebrar o ritmo da leitura, tornando-a um pouco mais densa. Não é, ainda assim, algo que, no balanço geral, seja particularmente prejudicial à leitura.
Safari de Sangue é, em suma, um livro intrigante e envolvente, que prima particularmente pelo seu cenário invulgar e pela caracterização dos protagonistas, humanos e imperfeitos, mas bastante interessantes nos seus dilemas interiores. Para os apreciadores deste género, julgo que este livro não irá desiludir.

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