Estranho. É a primeira palavra que me ocorre para descrever este livro que, divagando pelas igrejas e conventos da Boémia e Morávia, nos conta a história de um agente publicitário que, de forma quase inconsciente, se vê envolvido numa investigação sobre o segredo de Santini. A este, junta-se todo um leque de personagens surreais, mortes misteriosas e mensagens codificadas no interior das construções.
Até aqui, tudo bem. É uma fórmula conhecida, mas de sucesso, e este livro tem, de facto, alguns pontos de interesse. As descrições da arquitectura de Santini, a base histórica da vida de Johann de Nepomuk, o santo, e a forma como o autor avança sem se deter em demasiadas descrições desnecessárias tornam La Lengua de Santini numa obra fácil de ler e algo interessante de acompanhar.
Existem, contudo, alguns problemas. As perturbações quase surreais das personagens, muitas das quais ficam por explicar, levam a uma série de acontecimentos que resultam incompreensíveis. Além disso, a explicação para que Martin, o protagonista, se envolva numa ivnestigação que nada tem, à partida a ver com o seu trabalho, nunca chega a ser devidamente apresentada. Mas o mais frustrante na leitura deste livro é verificar que, depois de longas páginas à espera que o protagonista descubra um pequeno segredo... subitamente, ele anuncia que já o sabe (nome da personagem revelada incluído), mas nunca explica como se deu essa descoberta.
Balanço final: é um livro que pode ser interessante do ponto de vista do que tem a ensinar. Tem alguns aspectos positivos, capaz de despertar a curiosidade ao leitor, e a escrita é fluída o suficiente para o impedir de largar o livro. Para mim, contudo... não creio que esses aspectos tenham sido suficientes.
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