
Nas suas múltiplas referências bíblicas, complementadas por um sujeito poético feminino que sente com uma profundidade majestosa, o autor parece reflectir um alter-ego de Florbela, como se, sem perder a sua identidade própria, cantasse em uníssono com a trágica voz da poetisa. E é isso que torna este livro tão sublime. É como se pudéssemos ver Florbela a meditar sobre a charneca, os silêncios, a solidão e o seu irmão Apeles. Mas não é a voz da poetisa que canta, mas a voz de que quem vê a sua procura com os seus próprios olhos e a sua identidade poética.
Uma obra imperdível na poesia portuguesa. Todos deviam ler este livro.
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