Jack Morgan está habituado a casos difíceis e a ter muitas coisas para resolver ao mesmo tempo. Mas parece que o mundo conspira para o manter de mãos ocupadas. Primeiro, são dois violadores em série que, por pertencerem ao corpo diplomático de um país obscuro, parecem ter todo o direito a fazerem o que bem entenderem. Depois, um cliente desagradável com suspeitas de que a mulher o quer matar - e que parece não ser o único nessa situação. E, como se não bastasse, o irmão, sempre disposto a planear-lhe a ruína, parece ter posto em marcha uma nova jogada. Razões mais que suficientes para Jack não ter mãos a medir. Mas o que fazer quando nenhum dos problemas parece ter solução fácil e as consequências de falhar podem ser terríveis? Mobilizar todos os meios, naturalmente. E não falhar.
Tal como os outros livros desta série e uma boa parte dos livros de James Patterson, também este é um livro centrado essencialmente na acção e na resolução dos mistérios. A escrita tem o habitual registo directo, com a descrição e as informações a surgirem à medida que são necessárias e o já esperado crescendo de intensidade que vai de surpresa em surpresa, alimentando com a curiosidade de querer saber sempre mais o também habitual ritmo viciante.
E, também à imagem dos outros livros desta série, a atenção do protagonista divide-se entre vários casos que, ao longo do enredo, vão encontrando uma resolução mais ou menos elaborada, quase como se estivéssemos a ver um episódio de CSI, mas com resultados menos limpinhos. Ora, isto tem vantagens e desvantagens. A desvantagem vem essencialmente do facto de que, com tanta coisa a acontecer, ficam, inevitavelmente, algumas perguntas em aberto, ainda que nenhuma delas essencial para a resolução dos mistérios. As vantagens, claro, são um ritmo tão intenso que se torna difícil parar de ler e um percurso de acção que proporciona vários picos de intensidade emocional.
Mas, se os casos essenciais deste livro ficam realmente resolvidos, continuam a estar bem presentes as questões globais que transitam de uns volumes para os outros. Tommy, claro, com as suas jogadas cada vez mais maquiavélicas e o aspecto pessoal que estas implicam, mas também Justine e a estranha relação que tem com o protagonista. E o próprio Jack que, a cada livro, parece revelar-se um pouco mais, tornando-se assim mais interessante. Tudo isto culminando num novo ponto de viragem, que deixa grandes expectativas para o que se seguirá.
A soma de tudo isto é, como já seria de esperar, um livro de puro entretenimento, que conduz personagens e leitor de mistério em mistério, sem nunca se tornar demasiado óbvio e mantendo sempre viva a vontade de saber o que acontece a seguir. Intenso, cativante e surpreendente em todos os momentos certos, trata-se, pois, de um livro que não desilude.
Título: Private - Las Vegas
Autores: James Patterson e Maxine Paetro
Origem: Recebido para crítica
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