São dois os contos que fazem parte deste pequeno livro. Em comum, têm a beleza da narrativa e uma forte mensagem de princípios. São também dois contos que já tinha lido anteriormente, mas que, passados bastantes anos, gostei muito de reencontrar.
A Dama Pé-de-Cabra, conto que dá título ao livro, conta a história de um nobre senhor que, ao encontrar na serra uma dama, por ela se perde de amores; mas a dama não é quem parece ser e muito terá o nobre de sofrer em consequência das suas escolhas. Um conto misterioso, intrigante, marcante pelo tom com que é apresentado (quase como uma história contada em voz alta) e onde os elementos sobrenaturais são soberanos. Muitos anos passados desde a minha primeira leitura deste conto (leitura obrigatória em período escolar), foi muito bom descobrir que a história mantém para mim todo o seu fascínio.
O outro conto, A Abóbada, fala da construção do mosteiro da Batalha e, em particular, da abóbada da casa do capítulo. A visão de como o orgulho excessivo pode ser a ruína de um homem e a, por vezes, volátil vontade dos soberanos ganham vida neste conto envolvente, marcado por descrições soberbas e por uma grande mensagem, bem definida nos momentos mais intensos da narrativa. Um poderoso relato de uma época de grande poder e forte superstição.
Como não podia deixar de ser, o balanço final desta leitura é claramente positiva. Fica, contudo, mais uma vez a nota negativa para a edição, que, bastante frágil e com muitas gralhas, deixa muito a desejar.
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