Provocador. Se necessário fosse descrever este livro numa só palavra, então essa seria a ideal para caracterizar esta história onde, num cenário algo exagerado (mas com um estranho poder de evocação da realidade), o mais estranho e o pior deste país são retratados.
O ponto de partida a figura de Quim Tiliano, que, com as suas esculturas exageradamente sexuais, serve de base para uma apresentação da eficiência (ou falta de) do sistema autárquico, e que, com a estranha relação que mantém (e desenvolve) com a mulher, a empregada e o amigo gay, representa o mais peculiar das relações humanas. E é a partir deste grupo de personagens que se desenvolve uma história curiosa, divertida e onde o sarcasmo serve de base para um nível bastante interessante de crítica social.
Dificilmente será um livro para todos os gostos. O recurso ao calão, ainda que faça todo o sentido no cenário que é traçado ao longo de todo o livro, é um elemento constante e, por isso, não recomendaria este livro às pessoas que se possam sentir incomodadas por este tipo de linguagem. Para os restantes, contudo, esta história breve, mas cheia de reviravoltas e de situações caricatas (desde o vizinho com o seu telescópio ao momento de "contacto" entre o Presidente e o seu assessor) proporcionará uma leitura divertida e muito interessante.
Envolvente, surpreendente e com um humor delicioso, um livro potencialmente chocante... mas também uma leitura muito agradável. Muito bom.
Os livros satíricos e cheios de crítica social, quando bem feitos, são autênticas pérolas. E embora não goste de calão em exagero, quando é necessário à história, aguenta-se.
ResponderEliminarconfesso que assim que esta nova editora abriu portas, o seu (pequeno) catálogo me deixou curiosa, e esta tua opinião só serve para me deixar ainda mais curiosa quanto a este livro.
Tenho um româmce pronto a editar. Ainda não fui a nenhuma editora. Não conheço esta editora. Posso falar com um responsável?
ResponderEliminarsantosdelobao@gmail.com