quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Immortal - Love Stories with Bite

Com organização de P.C. Cast e tendo por base o sempre presente tema dos vampiros, esta antologia reúne oito contos onde romance e sobrenatural se cruzam das mais diversas maneiras. E a antologia abre com uma interessante introdução da organizadora, onde esta reflecte, de forma breve e bastante pessoal, sobre quais são, afinal, os factores que tornam tão fascinante a figura do vampiro.
O primeiro conto é de Cynthia Leitich Smith. Haunted Love conta a história de Cody e de como este decide reabrir o cinema da família. Mas quando a rapariga nova da localidade se oferece - de forma bastante persuasiva - para trabalhar com ele, o fantasma de serviço não parece achar a ideia aceitável. Esta é uma história que vai ganhando intensidade com o desenrolar dos acontecimentos e onde, num estranho conflito entre humanos, fantasmas e vampiros, nada é o que parece ser à primeira vista. Bastante cativante e intenso, um conto que marca principalmente pelo factos surpresa, ainda que deixe a sensação de que alguns momentos poderiam ter sido mais desenvolvidos.
Segue-se Amber Smoke, de Kristin Cast. Baseada na mitologia grega, uma história de vampiros que se alimentam de energia e cujo percurso no mundo se resume à busca de vingança contra os demónios e salvação para as vítimas destes. Uma história envolvente, com um início poderoso e algumas surpresas ao longo do percurso. Com uma ideia de grande potencial, acaba por perder alguma força devido aos excessos de linguagem juvenil.
O conto seguinte é de Rachel Caine. Dead Man Stalking enquadra-se no universo da série The Morganville Vampires, ainda que não exija uma leitura prévia da série. Neste conto, Shane, um humano numa cidade controlada por vampiros, é arrastado contra a sua vontade para o plano de um caçador de vampiros que acontece ser o seu próprio pai. Numa história de escolhas, onde família não significa propriamente um refúgio seguro, a autora apresenta um conto cheio de acção e profundo em conteúdo, uma história de abuso e lealdade onde a luta pela humanidade e a fidelidade à própria natureza entram em conflito. Ainda de referir o tom progressivamente negro da história, que começa de forma bastante descontraída, mas evolui para uma seriedade devastadora. Intenso. Envolvente. Marcante. O melhor conto do livro.
Segue-se Table Manners, de Tanith Lee. Quando Lelystra é convidada para o baile formal de uma família importante, não está nos seus planos cruzar-se com um vampiro. Mas também ela não é propriamente normal... Um conto envolvente e bastante interessante, que tem como ponto alto a explicação do vampirismo através de uma aproximação à teoria evolutiva, ainda que esta acabe também por anular parte do carisma da interessante personagem que é Anghel.
Richelle Mead, conhecida entre nós pela série Academia de Vampiros, apresenta nesta antologia uma nova abordagem ao vampirismo. Blue Moon conta a história de Lucy, uma vampira que se encontrou na posse de demasiada informação e que, por isso, é perseguida pela sua própria raça. Na companhia de um humano, cujo único ponto em comum com Lucy é a sensação de serem conhecidos de longa data, Lucy vê-se numa fuga vertiginosa. Intenso e com um ritmo simplesmente viciante, uma interessante conjugação de acção e emoção, numa história de fugas, profecias e poderes capazes de mudar o mundo.
Changed, de Nancy Holder, fala de uma invasão de vampiros. A cidade é um caos de medo e de morte e a Jilly, a protagonista, só resta fugir para salvar a vida. Mas antes, precisa de encontrar Eli, o amigo que, para ela, representa tudo. Uma história interessante, de ritmo bastante acelerado, ainda que haja algumas quebras ao longo do percurso. Envolvente e agradável, ainda assim, acaba por perder um pouco pelo final previsível.
Binge, de Rachel Vincent, é a história de Andi, uma sereia que, através do seu canto, se alimenta da energia humana, e da sua melhor amiga que, tendo a missão de a controlar, acaba por descurar as suas próprias capacidades. Envolvente e com uma escrita agradável, este conto tem como particular ponto de interesse o contraste entre os poderes de Andi (que usa a música para drenar energia) e Mallory (que se alimenta da arte que controla), bem como a associação entre melodias e emoções. Com um ritmo de intensidade crescente, uma forte componente emotiva e um final marcante, um conto muito bom.
O último conto da antologia é de Claudia Gray. Free enquadra-se no universo da série Evernight e apresenta a história de Patrice Devereaux, no tempo em que era uma cortesã humana... e quando deixou de o ser. Com um ambiente bastante envolvente e uma história com potencial, acaba por perder intensidade pela rapidez com que os acontecimentos mais relevantes são narrados.
Com alguns contos acima da média e uma generalidade de textos bastante interessantes, o balanço final desta leitura é claramente positivo. Fica a curiosidade em ler mais destas autoras, em particular os livros de Rachel Vincent e Rachel Caine.

1 comentário:

  1. Já tive oportunidade de ler três das autoras aqui mencionadas. A Kristin Cast, que não gostei; A Rachel Vincet, que adorei(só li um conto dela, mas se fosse publicada em português, leria com certeza); A Richelle Mead, da qual leio a Academia de Vampiros, cujo primeiro volume gostei.
    Esta não era uma antologia que me parecesse muito interessantes, mas com alguns destes nomes incluídos, estou tentada a comprar.

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