Ao folhear este livro o leitor deparar-se-á com casos verídicos de fenómenos paranormais que, por vezes, nos assaltam e nos deixam na fronteira do inexplicável. Foi neste contexto, nesta vontade incontrolável de encontrar respostas, que me entreguei por completo à procura «da outra parte que de mim se desprendera» sem pensar nas consequências que podem advir desta minha certeza: de que há vida depois da morte.
A leitura deste livro relembra subtilmente o que há mais de dois mil anos um célebre taumaturgo do século I a. C. deixou nos seus valiosos escritos: «ninguém morre a não ser na aparência».
Maria Henrique Ferreira do Vale nasceu em Fão, concelho de Esposende, e lá permaneceu até à data do seu casamento. Habituou-se a viver «entre pinhais, rio e mar». Não admira, pois, que, dotada de extrema sensibilidade, desde muito cedo viesse a ser tocada pela poesia. Além de trabalhos antológicos, publica, em 2001, o seu primeiro livro de poemas, intitulado A luz e a voz. Hoje, para além do seu trabalho de escrita, é também uma estudiosa de tudo o que a transcende e a ultrapassa. O silêncio é o seu refúgio e a sua fonte de inspiração…
Maria Henrique Ferreira Do Vale foi, também, autora e apresentadora de um programa diário de rádio que obteve assinalável sucesso.
Sem padrinhos nem patrões, gestora do seu tempo e do seu lar, exprime o seu interesse pela Fenomenologia. Viagem Espiritual — Deambulações Metafísicas ou O Outro Lado da Memória é o seu primeiro livro publicado sob a chancela da Papiro Editora.
« Como Foucault nos ensinou a ver, a loucura tem sido um companheiro da cultura europeia desde a Idade Média. Paulo Alexandre e Castro coloca em cena três internados com a alienação mais perigosa de todas: a lucidez. Apenas um pequeno número de outros autores construíram personagens com excesso de lucidez. Pense-se, entre outros, em O Alienista, de Machado de Assis, ou em Os Físicos, de Dürrenmatt, a que poderíamos acrescentar o Dr. Mabuse, de Fritz Lang, ou o Dr. Strangelove, de Stanley Kubrick. Seria bom que algumas peças futuras nos auxiliassem a compreender o que em Aqui Entre Nós está já equacionado: será que a vida normal, lógica e bem organizada é, de facto, uma manifestação de loucura?»
Manuel Curado In Prefácio
Paulo Alexandre e Castro é membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Ciências Cognitivas. Tem o Curso de Doutoramento em Estudos Filosóficos e o Curso de Doutoramento em Ciências da Linguagem e da Comunicação (FCSH-UNL), mestrado em Fenomenologia e Hermenêutica (FLUL) e Licenciatura em Filosofia (FLUL).
Autor do romance Loucura Azul (Fronteira do Caos, 2010), dos livros de poesia Gramática do @mor Tecnológico (Papiro Editora, 2009), Toda a poesia nua/ Coisas da morte (Chiado Editora, 2008), do livro de ensaio Metafísica da Imaginação (BonD-Quimera, 2006), e co-autor em diversas obras de carácter científico e literário.
Graça Fernandes acentua as transformações que sofreram os principais órgãos de comunicação social e os ataques de que os mesmos foram alvo devido às alterações de regime (da Monarquia para a República) e, mesmo, dentro do regime republicano, aquando de governos totalitários e ditatoriais, como o de Sidónio Pais.
Refere ainda a autora alguns dos nomes dos principais média conotados com diferentes áreas sociais, como no caso dos que trataram da emancipação da mulher, do cinema e também do desporto.
Finalmente, no sentido de apresentar uma panorâmica mais precisa do ambiente político coevo, seleccionou dois jornais – A Monarquia e o República, que lutavam com as suas próprias armas pela defesa dos “puros” ideais que perfilhavam.
Através da leitura de variadíssimas notícias desses jornais, cujo conteúdo sintetizou, será fácil ao leitor tirar as ilações mais contundentes sobre as forças que então se digladiavam no terreno.
Graça Fernandes nasceu em Lisboa em 1945. Licenciou-se em Estudos Anglo-Americanos, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1975. Em 1993, fez o Mestrado de Ciências da Informação, pela Faculdade de Ciências Humanas da Univ. Católica Portuguesa. Concluiu, com distinção, o Curso de Jornalismo na Escola de Comunicação Assis Chateaubriand.
Trabalhou nos CTT-Funchal como Especialista de Comunicação Social. Colaborou no Jornal da Madeira, no Posto Emissor do Funchal e na RTP-Madeira.
Exerceu as funções de Directora Administrativa e de professora de inglês no Colégio Português de Kinshasa, na antiga República Democrática do Zaire, de 1990 a 1991. Em 1992, em Angola leccionou Cursos de Secretariado para a Sonangol e de Técnicas Administrativas para o Ministério do Petróleo. Depois da cisão dos CTT, integrou a Portugal Telecom onde permaneceu até 1998.
Publicou, em 2008, a obra “A Verdade Madeirense e a Grande Guerra”.
“Não consigo lembrar-me de ter existido hoje. É claro que me recordo de determinados actos, de algumas vozes, de ter passado nesta rua e naquela, mas o meu rosto dissolveu-se em cada passo que dei, em cada gesto que fiz, até eu próprio me transformar numa marioneta animada de movimento sem qualquer significado. Gastei o meu dia fingindo não ser eu, da
mesma forma que todos fazemos para podermos continuar a acreditar uns nos outros. Anoiteceu há poucas horas e sinto já a obrigação de mais um
dia que se avizinha. Vou-me deitar a querer sentir-me estendido na cama, quente e com sono e depois adormecer. Dispo-me no quarto enquanto um carro acelera ao longe na rua, algum tempo depois uma mota.
Onde me posso agarrar?”
Armando Almeida nasceu no Porto em 1961. Licenciou-se na Universidade de Évora e com excepção das pausas para trabalhar num posto de combustíveis, como trabalhador agrícola ou outra coisa qualquer, foi sempre funcionário: da educação, dos correios, do ambiente e da agricultura, não necessariamente por esta ordem. Tem andado por aí a ouvir histórias.
NASCI NO SOFRIMENTO
Nasci por baixo da bandeira
portuguesa, no vale do
sofrimento, no ano da independência
quando o refúgio de uma
criança era debaixo de uma cama.
Nasci no país marcado por
cicatrizes e sangue,
onde o povo sorri de tristeza e
chora de alegria
em compasso
melancólico.
Nasci na cidade desértica,
na presença da Welwitschia mirabilis,
onde as dunas são perfumadas pela brisa do mar,
onde o pôr-do-sol é mágico e as noites
frias se perdem nos nevoeiros
esbranquiçados.
Nasci no sofrimento
onde a cruz que carrego
faz de mim forte para sorrir e ter
esperança a cada dia
da minha vida.
Idalina Santos nasceu em Angola na província do Namibe (antiga Moçamedes), onde se formou em Enfermagem.
Em 2001, veio para Portugal, com o seu marido, onde viveu até 2006, altura em que emigrou para o Reino Unido.
Actualmente, está a fazer a especialidade de Children’s Nursing (enfermagem pediátrica), na Universidade de Wolverhampton.
Desde os bancos da escola que sempre gostou de escrever e extravasar a sua veia poética.
Esta colectânea de poemas não pretende constituir se como uma obra literária e muito menos como um best-seller; consiste apenas numa demonstração de carinho para com os amigos, o seu País, a Natureza e o próprio Mundo.
Através dos seus poemas, viajamos ao seu Eu — aos seus próprios problemas diários e às suas visões sobre o futuro, às chanas de Angola, ao seu deserto e suas planícies e ao seu povo.
“Histórias da Minha Avó” é um livro que compila alguns contos e jogos tradicionais.
São histórias que passaram de geração em geração, como “O Cordeirinho”, “O Laranjal”; “O Canavial”; “Grão de milho-miúdo”; “Ó Ana”; “Zé que mama na burra”; “O Vento”; “Os meninos com Estrelinha de ouro na testa” e “Corre, corre Cabacinha”. A autora também inclui três jogos: “Jogo do anel”; “Jogo do compadre Zé Badico” e “Jogo da Arrochada”.
Fernanda Paixão fez uma recolha destes contos e jogos junto da sua avó Pureza e registou-os numa cassete áudio.
A autora defende que estas histórias devem ser contadas, em vez de lidas.
Fernanda Paixão nasceu a 4 de Setembro de 1965, em Castelo Branco. Com formação académica na área das engenharias, tem gosto pelo desenho e pela escrita para crianças. As suas primeiras e arcaicas linhas sob a forma de histórias foram escritas aos 11 anos, em cadernos e blocos escolares.
Para esta paixão por contos infantis muito terão contribuído os fins-de-semana e as férias passadas na Aldeia, com a sua avó Pureza que, com a sua doçura e as suas histórias, preenchia as horas do final do dia.
Flores de Outono é constituído, na sua grande maioria, por sonetos. Está dividido em duas partes, cuja diferença reside no carácter mais ou menos intimista da poesia, sendo a primeira de cariz existencial, onde o poeta se auto caracteriza na sua relação com o mundo, e a segunda, de cariz mais reflexivo, onde o poema é espelho da realidade que se observa.
Nascido a 4 de Maio de 1931, António Levi De Meirelles é natural de Ribeirinha de Jales, Tresminas, concelho de Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real de Trás-os-Montes.
Pertencendo a uma família com fortes ligações à Igreja Católica, cedo foi para o Seminário de Santa Clara, em Vila Real, onde esteve até 1952, deixando por fazer o último ano do curso de Teologia. Não sendo para tal talhado deixa o Seminário, partindo para Luanda, Angola.
Mais tarde, na década de 70, já no Luso — Moxico —, foi professor no Liceu e maestro do Orfeão onde, perigosamente, ensaiava Zeca Afonso. Foi também durante essa mesma década que escreveu diariamente as mensagens matinais e vespertinas para o Rádio Clube do Luso. Foi professor e chefe de secretaria.
Edita, em 2009, Folhas Dispersas, conjunto de poemas inéditos escritos entre 1949 e 2007. Flores de Outono é o seu segundo livro.
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