Conversas cruzadas. Momentos de vidas partilhadas através de palavras, de mensagens trocadas entre amigos, conhecidos, amantes. Histórias de homens e mulheres, de amores, paixões, perdas e conquistas, mesmo quando o que se deseja é apenas um pouco mais de sonho. Relações quebradas, amizades sólidas... e trocas de impressões sobre tudo e mais alguma coisa.
Indo directamente ao assunto: não gostei. E não é que o livro não tenha os seus momentos interessantes - porque os tem - mas, simplesmente, porque foram mais comuns os momentos em que irritava com as personagens que aqueles em que, efectivamente, sentia por elas alguma simpatia.
Mas comecemos pelo lado bom. A escrita, sendo bastante directa durante grande parte do livro, permite uma leitura bastante leve e descontraída. Além disso, nos momentos mais profundos, quando há algo mais de intensidade no tema, a autora consegue transmitir algo de sensibilidade que, de certa forma, acaba por ficar no pensamento.
O grande problema está, contudo, na predilecção inevitável por uma certa superficialidade da parte das personagens. Não porque as suas histórias sejam centradas no quotidiano, mas porque, em vários momentos, existem claramente coisas mais importantes que aquelas a que é dada maior relevância e o manifesto egoísmo que surge em alguns desses momentos acaba por se revelar irritante.
Em suma... Não sendo um livro totalmente mau, e tendo inclusive alguns momentos bastante positivos (e aqui o destaque vai para o último texto, dedicado à escrita), parece-me que teria beneficiado de uma maior profundidade na caracterização do pensamento de algumas das personalidades que vão sendo apresentadas. A vida é feita de pequenas coisas... mas não só.
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