segunda-feira, 26 de julho de 2010

Desaparecidos (Michael Grant)

E, subitamente, todos os adultos desaparecem, sem qualquer explicação. Em Perdido Beach, agora denominada ZRJ, apenas aqueles com menos de 15 anos permanecem, destinados a desaparecer assim que atinjam a fatídica idade. E, sem uma base lógica para explicar o sucedido e livres de todas as regras, os conflitos começarão a surgir e serão os mais fortes a dominar.
Não há introduções nem contextualizações para o que é o evento principal deste livro. O desaparecimento em massa dos adultos acontece nas primeiras linhas. Sem explicações iniciais, os acontecimentos são basicamente dominados pela confusão que invade os que ficaram, sem ninguém a quem recorrer e sem a mínima noção do que fazer a seguir. E é aqui que encontramos Sam, um dos protagonistas desta história, desorientado como todos os outros, mas com capacidades que nem ele compreende por completo.
Com uma escrita bastante acessível, passados os primeiros momentos onde o caos parece dar origem a algumas atitudes não tão convincentes de algumas personagens, a leitura torna-se fluída e viciante. À medida que novos elementos são introduzidos, desde as mutações sofridas pelas espécies animais à barreira inexplicável que delimita a ZRJ, passando pela diversidade de poderes que alguns dos adolescentes parecem dominar, os acontecimentos parecem ganhar sentido e, entre as lutas pelo poder, a procura de uma explicação para o sucedido e a iminência do momento em que também Sam irá desaparecer, a história torna-se seriamente cativante.
O ponto mais interessante de toda esta história, principalmente a partir do momento em que os principais intervenientes parecem ter estabelecido um rumo para os seus actos, é a falibilidade das personagens. Sam, por exemplo, é visto por muitos como o herói e o líder natural que desejam seguir, mas há sombras no seu passado que lhe dizem que se deve afastar. Já o seu antagonista, Caine, parece ter um carisma irresistível, mas a sua natureza revelar-se-á bem diferente. E Quinn, amigo de longa data de Sam, parece perder o controlo face à confusão e os seus actos acabam por ser, por vezes, cobardes e censuráveis.
Talvez um pouco confuso, inicialmente, este é um livro que ganha interesse e intensidade com o decorrer dos eventos e o surgir de novas revelações. Agradável e intrigante, deixa muita curiosidade para o que sucederá no próximo volume.

4 comentários:

  1. Tenho muita curiosidade em ler este livro e segundo a tua opinião não parece muito mau.

    ResponderEliminar
  2. Para um primeiro volume, é bom. O início é um pouco confuso, mas a partir do ponto em que se estabelece alguma ordem entre os personagens, é bastante viciante. Gostei.

    ResponderEliminar
  3. Eu quero ler esse livro!!! Já tinha lido muito sobre ele em inglês nos outros blogs estrangeiros, e sempre fiquei na vontade, sua opinião só atiçou mais.

    :*

    ResponderEliminar
  4. Eu gostei muito deste livro. Podem-me dizer se irá ser publicado o próximo volume e quando?
    Obrigado, Joel.

    ResponderEliminar