quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Espada de Avalon (Marion Zimmer Bradley)

Com poucos meses de vida, Mikantor é salvo da morte pela Senhora de Avalon. Galid tomou o poder e não descansará enquanto não remover do seu caminho todos os obstáculos. Mas, escondido e protegido do inimigo, Mikantor cresce e aprende, apenas parcialmente ciente do grande destino que o espera, numa história em constante mudança, onde os deuses acompanham de perto a evolução e as dificuldades do jovem, da Senhora de Avalon e de todos os que cruzam os seus caminhos e planos.
Voltar ao imaginário criado por Marion Zimmer Bradley nunca deixa de ser agradável. A complexidade de teias que se cruzam no seu mundo, entre humanos e entidades divinas, e a magia que sempre percorre as várias situações de história nunca perdem a envolvência e o fascínio. Neste livro, o tempo é bem anterior a As Brumas de Avalon e o enredo decorre em plena Idade do Bronze. Os paralelismos com as histórias cronologicamente posteriores, contudo, são claros e muito bem conseguidos. Afinal, é aqui que nasce a mítica Excalibur, e também aqui se encontram, consumados em Mikantor, muitos dos rituais e profecias que mais tarde se aplicaram a Arthur Pendragon.
Estas similaridades entre obras, que se aplicam não só aos rituais mas como a alguns pontos das relações, - e aqui é interessante comparar a ligação de Mikantor e Tirilan com a de Arthur e Morgana - não se tornam excessivas, estabelecendo um elo claro e lógico na linha cronológica dos livros, mas sem passar a sensação de se estar a ler uma história repetida. E as diferenças são também claras. Anderle, a Senhora de Avalon, não tem, apesar de alguns dos seus actos, a imponência e a capacidade de manipulação das sacerdotisas de outros livros. Também Mikantor surge, na minha opinião, como uma personagem mais independente das manipulações que o rodeiam, quando comparado a Arthur.
O ritmo dos acontecimentos nem sempre resulta numa leitura compulsiva, principalmente na fase inicial em que pouco se sabe das personagens e onde, devido às várias mudanças de cenário, a componente descritiva é bastante desenvolvida. Ainda assim, depois de descoberto o ritmo da história, a vida e os planos das personagens - e não só dos protagonistas - conquistam a atenção do leitor, principalmente nos vários momentos mais emotivos espalhados pelo texto.
Cativante, com uma escrita muito agradável e personagens marcantes, este é um livro que não desiludirá os fãs de Marion Zimmer Bradley. E, ainda que não seja o melhor do seu mundo (a minha predilecção continua com As Brumas de Avalon e com os livros da série O Poder Supremo), não deixa de ser muito bom.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Boa tarde, sei que publicou este post À quase 1 ano, mas ando À procura deste livro, e com o fecho da DIFEL não o consigo encontrar, por acaso não me pode ajudar a encontrar 1 exemplar?
    Obrigada

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  3. Olá, Sofia.

    Realmente, não sei. Ia sugerir as livrarias online, mas uma pesquisa rápida mostrou-me que o livro está indisponível. Ainda me cruzo com alguns títulos da Difel em livrarias, mas com este em particular não tem acontecido. Pergunte em livrarias próximas... ou então em alfarrabistas.

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