terça-feira, 19 de junho de 2012

O Último Império (Tiago Moita)


No momento em que recebe a notícia da morte do avô, Inês Maia está longe de imaginar que esse acontecimento marca o início de uma drástica mudança na sua vida e no mundo. Mas Afonso Gonçalves tinha muito segredos, sendo o maior dos quais o estranho livro que deixa em herança à neta e que, aparentemente, só ela consegue ler. Nesse livro, esconde-se a razão para muitos dos grandes eventos do passado e a promessa do futuro despertar de um mundo de amor e igualdade. Talvez por isso haja muitos interessados em impedir Inês de cumprir o seu destino, já que é ela é a eleita e tem nas mãos a chave para dar início ao Quinto Império.
O mais interessante neste livro é, sem dúvida, a forma como o autor conjuga uma história cheia de acção e aventura com uma série de elementos históricos e mitológicos, num cenário em que um presente imaginário, traços da realidade e um possível futuro com bastante de preocupante se cruzam. Percorrendo diferentes momentos da História de Portugal, o autor cria situações inesperadas que acabam por servir de base para a história que é, afinal, o centro deste romance: Inês e a sua missão no despertar do Quinto Império.
Mas nem só de Inês e do passado vive a história. As personagens são muitas e cada uma delas tem uma história particular, sendo que, numa fase inicial, as várias linhas narrativas parecem não ter grande relação entre si. Ainda assim, a história nunca deixa de ser interessante, até pelas peculiaridades de algumas das figuras que a protagonizam, destacando-se, como não podia deixar de ser, o detective privado com alguns pontos em comum com Sherlock Holmes. Além disso, todas as possibilidades pelas quais a história se parece dispersar, no início, acabam por ter um ponto de união. Na fase final, tudo converge para um mesmo acontecimento. 
A nível de escrita, detectam-se alguns lapsos - principalmente gralhas e uma ou outra confusão no uso de algumas palavras - que, não sendo frequentes ao ponto de prejudicar muito o ritmo da leitura, são, ainda assim, evidentes. Apesar disso, o ritmo é agradável, com os capítulos curtos e a ausência de grandes descrições a manter a envolvência ao longo do enredo.
História, mitologia e misticismo, numa narrativa onde a acção e o mistério servem de base a uma aventura pelos meandros do mito do Quinto Império - e de como seria, talvez, se este se realizasse. Uma ideia interessante e uma leitura agradável. Gostei.

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