domingo, 24 de junho de 2012

O Véu da Meia-Noite (Lara Adrian)

Determinado a fazer com que Sergei Yakut, vampiro de Primeira Geração, perceba que há uma ameaça a pairar sobre a sua cabeça, e que é algo bastante mais complexo que o facto de terem atentado contra a sua vida, Nikolai não desiste de fazer perguntas, na esperança de encontrar o vampiro. Mas as coisas não correm bem como ele esperava. Principalmente quando a misteriosa e sensual Renata, que parece ser apenas a companheira de Yakut, mas que esconde a sua situação precária através de uma máscara de força, se revela mais que a mulher que o atrai para uma situação perigosa. Afinal, talvez não seja só a vida de Yakut que está em perigo. E Nikolai talvez tenha de escolher entre o que tem de fazer para a Ordem e as acções ditadas pelo seu coração.
Tal como nos volumes anteriores desta série, o ponto mais positivo deste livro está na forma como a autora conjuga romance e sensualidade com uma história cheia de acção, mistério e uma boa medida de emoção não relacionada com o romance. Ainda que os protagonistas sejam Renata e Nikolai e que, como seja de esperar, haja uma parte significativa da história que diz respeito à relação entre ambos e à forma como esta evolui, a história não se limita ao casal e ao crescimento do seu romance. E isto aplica-se tanto aos protagonistas, ambos com uma história marcante no passado e um papel a desempenhar no cenário mais global da guerra em que a Raça está envolvida, como a figuras mais secundárias, mas também importantes para o enredo. Aqui destaca-se, como não podia deixar de ser, Mira, com o seu dom especial a complementar as razões afectivas que lhe dão importância para o rumo dos acontecimentos.
Uma vez que a maioria do enredo se passa longe da sede da Ordem, há uma menor intervenção das personagens já familiares dos livros anteriores. As que surgem são, ainda assim, bastante interessantes, proporcionando inclusive alguns momentos divertidos. Além disso, há uma história secundária a preparar terreno para o volume seguinte. A situação de Reichen e o grande acontecimento que abala a sua história estabelece desde já, uma certa medida de empatia, ao mesmo tempo que desperta curiosidade em ver como lidará o vampiro com os factos apresentados.
A situação da Ordem e dos seus inimigos sofre também alguns desenvolvimentos interessantes. Há muitos elementos e possibilidades que ficam em aberto, mas este livro desvenda um pouco mais sobre os planos de Dragos, ao mesmo tempo que acrescenta novos elementos para definir um possível rumo nas acções da Ordem. Também isto contribui para a envolvência da história, ao mesmo tempo que deixa muita curiosidade para o que virá depois.
E há ainda o romance. Aqui, o que mais se destaca é a forma como as personalidades dos protagonistas se complementam, quer por um código de valores relativamente aproximado, quer pelas sombras de um passado com algumas semelhanças. Ainda assim, e se a atracção acontece de forma relativamente simples, o aprofundar dos afectos acontece de forma relativamente gradual, quer pela dificuldade em confiar que caracteriza a natureza de Renata, quer pelas difíceis circunstâncias em que o romance se desenvolve. Assim, o romance complementa a acção, não se sobrepondo em demasia aos outros elementos interessantes da história.
Uma história interessante, com as medidas certas de acção, romance e mistério e um conjunto de personagens bastante interessante, O Véu da Meia-Noite acrescenta novos elementos ao percurso dos protagonistas desta série, sem perder de vista um enredo rico em emoção e sensualidade, mas que não se limita a estes elementos. Muito bom.

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