quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Caçadora (L.J. Smith)

Abalada pela revelação daquilo que é realmente, Jez Redfern abandona o Mundo da Noite. Ao descobrir que a sua dupla natureza será, se descoberta, razão de ódio para todos os vampiros, Jez decide renunciar ao que sempre foi e aliar-se ao Círculo da Aurora na protecção dos humanos. Mas avizinha-se um acontecimento capaz de mudar o rumo do mundo e o Círculo da Aurora precisa que Jez volte ao seu gangue para descobrir o paradeiro de um Poder Indomável. Gangue liderado por Morgead, um vampiro que sempre lhe despertou estranhos sentimentos.
Leve, com uma escrita acessível e uma história que, por si só, não é de grande complexidade, mas que, aliada à leitura dos volumes anteriores, cria uma visão bastante intrigante do que é o Mundo da Noite, este novo volume traz-nos uma história de fuga e de redenção. Enquanto vampira, Jez nunca se coibiu de atacar humanos, tirando da caça todo o prazer possível. Ao descobrir a sua verdadeira natureza, Jez não vê outra solução aceitável que não a de deixar tudo isso para trás. E quando o regresso se torna necessário, estas duas formas de existir tão opostas acabarão por entrar em conflito, principalmente quando a ligação com Morgead se torna clara.
Apesar de, mais uma vez, a autora explorar o princípio da ligação entre almas gémeas, o elemento romance não é algo que esteja muito presente ao longo desta história. Mais que a paixão (que é, de facto, apresentada, mas sem desenvolvimentos excessivos), a relação entre Jez e Morgead oscila entre a provocação, o companheirismo e a amizade, sendo que a verdadeira força dos seus sentimentos só se revela plenamente nos momentos mais dramáticos.
Ficam algumas perguntas em aberto, deixando, a espaços, a sensação de que um pouco mais de desenvolvimento nalguns aspectos da história poderia ter tornado o livro ainda mais interessante. Ainda assim, o resultado final é bastante satisfatório, numa leitura agradável, com uma história bastante viciante e vários momentos de força emotiva.
Mais um livro cativante numa série que, não tendo a mesma força empática das Crónicas Vampíricas (uma vez que não seguimos os mesmos protagonistas de livro para livro), não deixa de ser uma leitura leve e descontraída, com uma história bastante interessante. Gostei.

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