«As montanhas são sempre tristes e gélidas antes de o nascer do sol. A neve sem luz exala um desconforto frio, que dá vontade de fugir em vez de me aproximar. Foi assim que olhei, pela primeira vez, para as pirâmides sentinela dos Annapurnas, massas gigantes de neve e gelo (…)» Maria João Ruela viaja sempre com um caderno de notas na mochila. O seu bem mais preciso. É aí que vai anotando tudo o que os olhos registam, lugares que encontra perdidos no mapa e que lhe marcam a alma, paisagens que a deixam sem fôlego, o preço de um café em determinado canto do Mundo, o nome de um vinho que acompanha uma refeição especial, as pessoas com que se cruza, as palavras trocadas. Cada uma das suas viagens, feitas sem guia, ao sabor da vontade e da curiosidade, tem personagens próprias, cheiros e sabores, sentimentos e emoções. Convidamo-lo a viajar ao longo destas páginas para conhecer Juana, uma mulher bonita e vistosa, que em Punta Arenas, Chile, aluga 12 quartos decorados em estilo art noveau e serve cafés a viajantes perdidos. Armad, o pastor que apareceu no meio dos Pirenéus, como um autêntico salvador, quando se abatia um autêntico dilúvio de proporções bíblicas. A Xana e o Nuno companheiros de viagem em autocaravana pela Noruega. Ou, Porter, um rapaz de pele escura e cabelo liso sem jeito, um aspirante a guia que, no Nepal, se tornou carregador e companheiro de esforço.
Maria João Ruela tem 41 anos e é jornalista e pivot da SIC. Licenciada em Comunicação Social iniciou a carreira na área da publicidade, como copy. Trabalhou como freelancer para jornais e revistas - Público, Independente e Marketing e Publicidade. Em 1992 integrou a equipa fundadora da SIC. Fez parte dos programas "Praça Pública", "Casos de Polícia" e integrou a editoria de sociedade, onde acompanhou as áreas da Justiça e Administração Interna. Pivot de informação desde 1998, Coordenadora de informação desde 2005, assumiu as funções de Editora-Executiva desde 2007. Sempre viajou, em férias ou em trabalho. Fez reportagens em acontecimentos internacionais e em 2003 foi ferida em trabalho no Iraque, quando acompanhava a missão da GNR no país.
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