quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Novidade Papiro Editora

Este pequeno mas inquietante livro fala-nos de amor, de angústia, de desespero, revela-nos os mais extremos pólos do amor que são sempre negativos, porque extremados ao expoente máximo da loucura. De repente, quem assina as cartas são outras personagens que podem muito bem ser os heterónimos de Fernando Pessoa, como uma defesa que Bartolomeu usa para não assumir que está a cair, a morrer de amor aos poucos por causa de Maria Alice.
Miguel Novo é um jovem escritor que está a lançar o seu segundo livro. Não podemos definir ainda nenhum estilo literário, mas a magia de se ler com surpresa algo que se situa entre a poesia e a prosa, acaba por lhe dar uma virgindade puríssima, que outros autores, por força dos hábitos que criam, não conseguem mais repetir. Há uma contemporaneidade que se lê a todo o instante, como também um viajar ao modernismo de Pessoa, de Sá Carneiro ou outra ainda a uma Atenas clássica onde Platão também está presente. O texto de Miguel Novo é, coerentemente, o texto mais incoerente sem nunca perder o sentido. Poderia dizer que são viagens em palavras, mas isso seria muito redutor.
Há uma explosão de sentimentos que rasgam as palavras, saem delas, fogem e espalham-se de tal forma, que nunca mais são as mesmas. Há uma confusão que não é mais do que um espelho do que podemos sentir, e quando amamos alguém o sentido não faz sentido absolutamente nenhum. Há uma frescura em cada frase e a certeza de que estamos a ler o que nos é inevitavelmente familiar.

Escritor, Miguel Novo nasceu no Porto a 30 de Maio de 1991. Estuda Ciência da Informação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Com apenas vinte anos tem uma obra publicada, “O Livro sem Título”, 2008 da Corpos Editora e “Hoje lembrei-me que te amo” publicado agora pela Papiro Editora.
Os seus interesses literários atravessam áreas distintas como a Poesia, o Argumento e o Romance, onde revela uma personalidade literária vincada e transversal a todos os estilos.
Miguel Novo é um Criador enérgico e compulsivo que bebe das influências literárias de autores como Gonçalo M. Tavares, Pedro Paixão e Albert Camus no Romance, Fernando Pessoa e todos os seus espelhos heterónimos, destacando aqui a figura de Bernardo Soares, e no Argumento escritores como Manuel Arouca e Jonathan Nolan.

1 comentário:

  1. Obrigado por divulgarem. Fico muito contente por ver o livro "Hoje lembrei-me que te amo." no vosso blogue, é um prazer.
    Gostava de receber o vosso feedback quanto ao meu trabalho.

    Abraços,
    Miguel

    ResponderEliminar