Uma história envolvente e uma caracterização social verdadeiramente apurada fazem de Adeus, Princesa um romance intemporal. Veja-se o drama terrível que em 1985 dizia estritamente respeito ao Alentejo e que se apoderou hoje do país inteiro.
Romance incontornável na carreira literária de Clara Pinto Correia, Adeus, Princesa foi um dos romances da década de 80. Vasco Pulido Valente, Vasco Graça Moura, Urbano Tavares Rodrigues e Assis Pacheco, entre outros, não lhe pouparam elogios.
Estamos em 1985 e tudo começa com um crime. Numa vila alentejana uma rapariga do liceu, Mitó, é a principal suspeita da morte do seu namorado, um alemão da Base Aérea de Beja. Um jornalista e um fotógrafo de um jornal de Lisboa tentam, localmente, recolher informações, testemunhos e elementos sobre um caso que está longe de ser simples. Na verdade, cada um tem uma versão muito pessoal dos factos e os diversos pontos de vista revelam-se contraditórios.
Na sequência do 25 de Abril, na febre de um processo então celebrado e triunfal a que se deu o nome de Reforma Agrária, os proprietários foram expulsos e os camponeses ocuparam-lhes as terras. Formaram cooperativas. Tinha chegado a hora. A terra, agora, era dos homens e das mulheres que a lavravam. O mundo ia todo ser outro. Muito melhor.
Dez anos mais tarde, quando o estagiário e o fotógrafo chegam a Beja, já este sonho grandioso se desfez em cacos. As cooperativas agrícolas estão a desaparecer, a sociedade está decadente, as mercearias deixaram de vender fiado, os jovens estão perdidos, os problemas humanos são impressionantes…
Clara Pinto Correia nasceu em Lisboa em 1960. É licenciada em Biologia na Universidade de Lisboa. Em 2004 prestou provas de agregação na Universidade de Lisboa, passando a ser Professora Catedrática.
Presentemente é visting scholar no Department of Biology no Amherst College, e membro do Centro de Estudos da História e Filosofia da Ciência. É também escritora, com mais de cinquenta títulos publicados, cronista e tradutora, tendo frequentemente trabalhado em rádio e televisão.
Sem comentários:
Enviar um comentário