Aclamado como obra-prima quando da sua publicação em Itália, Às Cegas é um romance de grande originalidade e intensidade poética. A sua forma inovadora - um caudal, uma torrente, um oceano de palavras que fluem livremente - serve na perfeição a narrativa de um louco sobre a sua viagem no tempo e no espaço, e que se polariza nas duas categorias antagónicas dos que fazem a revolução e dos seus perseguidores.
Claudio Magris trabalha aqui também motivos recorrentes na sua obra: o das vidas afundadas – que é preciso “resgatar para a literatura”; ou o da figura de proa que, à imagem do Homem, tendo perdido o rumo, continua a desbravar os mares, às cegas, num acto único de esperança.
Às Cegas, de Claudio Magris é uma miríade de lugares, situações, símbolos, coincidências e reflexos, que atravessam continentes e séculos – e um retrato da falência da ideologia e do indivíduo à deriva.
Claudio Magris nasceu em Trieste, em abril de 1939. É romancista, ensaísta e colabora regularmente com revistas e jornais europeus, nomeadamente o Corriere della Sera. Depois de uma passagem pela Universidade de Freiburg, foi professor de Língua e Literatura Germânicas na Universidade de Turim.
Actualmente ensina na sua cidade natal. Magris exerceu também o cargo de Senador entre 1994 e 1996. Os seus livros contribuíram para o conhecimento literário da cultura europeia. Claudio Magris é um dos favoritos ao Prémio Nobel da Literatura.
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