Esta é a história de um rapaz e de um poder que causava na sua aldeia danos consideráveis. Para o combater, José via como única opção deixar o lugar onde crescera e ir à procura de uma resposta. Consigo, guardava o traço do pai e sabia que a forma de vencer o inimigo era encontrar um meio de fechar as portas daquele objecto, mas o conhecimento fugia-lhe. Até ao dia em que chegou ao Alentejo e aí encontrou gente disposta a ajudar...
O mais interessante neste livro está na sua componente didáctica. É, desde o início, bastante evidente que a história de José e da sua luta contra Tula serve principalmente como meio para transmitir uma mensagem. Assim, tendo a cortiça como tema central, o autor explora, através da aprendizagem de José, as suas características e utilidades, os métodos e problemas com que lidam os produtores e o contributo para a sustentabilidade dos ecossistemas. Neste aspecto, há bastantes conhecimentos a retirar deste livro e este ponto é realmente muito interessante.
Mas também há pontos fracos e um deles prende-se precisamente com o aspecto anterior. É que, centrado no objectivo de transmitir o conhecimento, a história passa para um nítido segundo plano. A caracterização das personagens surge na medida em que serve o desenvolvimento do tema e a situação do conflito com Tula - bem como a própria natureza e os actos que caracterizam este inimigo - acaba por surgir de forma bastante breve e algo confusa. Isto faz com que os momentos envolventes da história se percam no meio das extensas explicações, tornando irregular o ritmo de leitura. Ritmo que perde também pela presença de umas quantas gralhas que surgem ao longo do texto.
Fica, portanto, deste livro a impressão final de uma ideia bastante interessante e de um bom tema a explorar, mas que, ao dar demasiado ênfase às explicações (deixando a história para segundo plano), fica aquém do que poderia ter sido. E é pena, porque a mensagem é boa e há alguns momentos realmente interessantes.
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