domingo, 4 de março de 2012

A Rainha Corvo (Jules Watson)

Aos olhos do pai, Maeve nunca foi mais que um objecto que poderia oferecer nas alianças que lhe fossem mais convenientes. Mas, casada pela terceira vez e incapaz de suportar o conhecimento de que o seu novo marido, Conor de Ulaid, a pretende também usar como meio para tomar posse do seu reino de origem, Maeve sabe que tem de fazer alguma coisa. Assim, a sua única opção é regressar a Connacht e encontrar uma forma de se sobrepor aos que a poderiam controlar. Tornar-se rainha para proteger os seus, mas também para garantir que nunca mais será usada. Mas, apesar da reputação que tem entre os homens e do seu temperamento impetuoso, o caminho de Maeve mostrar-lhe-á que é também (e ainda) humana e o cruzar dos seus destinos com o druida Ruán será também determinante para o seu futuro.
Com uma protagonista bastante diferente, mas com uma linha narrativa muito ligada à de A Lenda do Cisne, este livro apresenta, em vários aspectos, uma evolução interessante. Igualmente pausado e descritivo, mas mais equilibrado no ritmo, sem momentos mortos, A Rainha Corvo apresenta uma história que diverge em muito, quer a nível de caracterização de personalidades, quer a nível da posição e ambições das personagens, dos rumos do livro anterior, complementando-o, ainda assim, na perfeição. Afinal, parte do que acontece deste livro, principalmente do lado dos Ulaid, foi desencadeado pelos acontecimentos narrados em A Lenda do Cisne e a forma como, partindo de figuras bastante diferentes, a autora dá continuidade a esses acontecimentos resulta numa história mais vasta, mais complexa e muito cativante.
Também interessante é que, apesar de ter Maeve e Ruán como protagonistas, também os que os rodeiam têm um papel fulcral a desempenhar, havendo um cuidado em caracterizar ao pormenor tanto a personalidade como os dilemas interiores destas figuras. Aqui, destacam-se em particular personagens que já eram conhecidas do livro anterior, mas que o evoluir das circunstâncias colocou numa situação delicada que, independentemente do seu fim, trará inevitáveis mudanças. Criam-se destas circunstâncias momentos de forte tensão, mas também de grande força emocional, fazendo com que a história ganhe intensidade, para culminar numa fase final particularmente marcante.
Cativante, com um início pausado, mas interessante, e crescendo em força cativante à medida que a história se torna mais vasta e mais intensa, A Rainha Corvo dá à história iniciada em A Lenda do Cisne um final forte e comovente, com novas figuras a construir um caminho complexo e feito também de perdas inevitáveis, mas que se revela como o único adequado. Uma boa história, portanto.

1 comentário:

  1. Pode arranjar-me este livro e a lenda do cisne em pdf? para xaninha170273@hotmail.com

    ResponderEliminar