segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Canções de Beber (Fernando Pessoa)

É algo de impressionante a diversidade da obra pessoana, quer a nível temático, quer a nível de estrutura. Aqui, a linha estrutural é o ruba'iyat e destaca-se, a nível temático, um certo tom de resignação que, associado a diferentes causas ou possíveis reflexões, não deixa de ser uma linha comum entre os vários poemas. E o conteúdo parece encaixar na perfeição com a forma, num resultado sempre belo e sempre marcante, onde o ritmo das palavras é também parte do que dá força à sua mensagem.
Se o essencial do livro são, de facto, os poemas, é também importante mencionar o esclarecedor prefácio. Tratando-se de uma forma poética que me era praticamente desconhecida, foi, sem dúvida, importante e elucidativo o conhecimento apresentado nessa introdução.
Influências e características estruturais à parte, foi, ainda assim, o conteúdo que mais marcou nesta leitura. Transparece principalmente, destes poemas, a sombra de um certo desânimo, uma resignação quase inevitável. E, por mais estranho que possa parecer, foi esse elo comum que mais me cativou.


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