Há livros de que, à partida, não se espera senão o melhor. Este é, sem dúvida, um desses casos. De uma obra de tal forma diversa e impressionante como é a de Fernando Pessoa, não seria de esperar menos que um livro magnífico. E é, exactamente, disso que se trata.
Neste livro, reúne-se a obra poética produzida entre os anos de 1931 e 1933 e é particularmente interessante notar a forma como, ao longo do tempo, a linha temática se vai alterando. Há toda uma diversidade de temas, desde o mais simples gesto quotidiano à profundidade de um ritual iniciático, passando por uma fase de intensa presença da mortalidade. Em comum, contudo, está a presença daqueles elementos caracteristicamente pessoanos que, mesmo com um conhecimento apenas superficial da obra, transparecem quase de imediato: a ambiguidade sentimento/pensamento e a oposição entre fingimento e realidade, para citar apenas os exemplos mais evidentes.
É sempre fascinante descobrir um pouco mais da vasta obra de Fernando Pessoa. Diversidade temática e profundidade de conteúdos, mesmo na estrutura aparente simples que caracteriza grande parte da produção associada ao ortónimo, fazem de cada um dos poemas deste livro uma descoberta maravilhosa. Uma obra magnífica.
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