quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sequestro (Sandra Brown)

Depois de muitos adiamentos, a repórter Tiel McCoy está, finalmente, a caminho de umas bem merecidas férias. Mas Tiel não resiste a uma boa história e, ao ouvir a notícia do alegado raptada filha de um milionário, a sua imediata reacção é ligar ao seu chefe. O problema é que, a caminho de um lugar perdido no meio de nenhures, onde alguém de interesse para a sua reportagem, é a história que vem ao seu encontro, já que Sabra e Ronnie, na verdade um casal apaixonado e em fuga, acabam por assaltar a loja de conveniência onde Tiel parou para fazer algumas compras. E o assalto não corre propriamente da melhor forma...
O grande ponto forte deste livro está, definitivamente, na forma como a autora mantém a tensão ao longo da narrativa. O que começa por ser apenas mais uma história na vida de uma jornalista particularmente dedicada ao seu trabalho rapidamente evolui para uma situação de vida ou morte e é nesta fase que o mais interessante do livro se desenvolve. Isto deve-se, em grande parte, às diferentes personalidades das figuras envolvidas no sequestro, criando múltiplas possíveis reacções e transformando as horas de uma situação complicada num mundo de revelações.
Tiel McCoy, enquanto protagonista, surpreende tanto pela calma com que lida com a situação como pelo passado que, numa fase mais avançada, é revelado, mas principalmente pela forma como a ávida necessidade de obter uma história, custe o que custar, passa para segundo plano ante valores e emoções mais fortes. Por outro lado, o misterioso Doc completa os aspectos da personalidade de Tiel, com as medidas certas de acção racional e emocional, ditadas também, em grande parte, por um passado complicado. Junte-se a estas duas figuras a interessante história de amor proibido do casal de sequestradores, e o resultado é uma situação onde, ainda que a ameaça seja bastante evidente, há uma tendência inevitável para simpatizar com os supostos criminosos.
Fica a impressão de que alguns momentos poderiam ter sido mais desenvolvidos, principalmente no que diz respeito à história de Huerta e às ligações que se estabelecem depois de resolvida a situação do sequestro. Ainda assim, o essencial está lá e o toque de romance com que a autora completa um enredo feito, em grande parte, de acção, dá à história um final que é, de certa forma, reconfortante.
Escrito de forma directa e com as medidas certas de acção e emoção, uma leitura rápida e agradável, com uma história que, ainda que, nalguns pontos, pudesse ser mais desenvolvida, nunca deixa de ser cativante. Gostei.

1 comentário:

  1. Mandei um mail :)

    Vitor (administrador do blog Predador da Noite - http://sagapredadordanoite.blogs.sapo.pt/)

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