Uma morte aparentemente ligada à máfia russa coloca um jornalista numa posição delicada. Ambicioso e incapaz de se afastar do trabalho - mesmo quando as coisas se tornam problemáticas -, Tom Hopkins descobre também um certo sentimento de culpa relativo à morte da sua fonte. E, através dos dados que este lhe deixou antes de morrer, o seu caminho acaba por se revelar na (tantas vezes repetida) busca do Tesouro de Jerusalém. Mas a viagem é perigosa e há muitos que, das sombras (e com intenções que não são as melhores), observam o seu percurso, à espera do momento certo para intervir.
Num registo bastante diferente de obras como O Messias, há, na estrutura deste livro, uma série de semelhanças com a fórmula geral do thriller histórico/religioso. O enigma que importa resolver a todo o custo e que atrai a atenção de organizações poderosas e de motivações censuráveis é algo que está presente ao longo de toda a narrativa. Destaca-se, contudo, o cuidado em manter a contextualização adequada, desenvolvendo teorias e possibilidades que explicam cada descoberta e possibilidade no contexto do lugar e das mentalidades vigentes. Resulta desta opção um enredo de ritmo mais pausado, mas onde não ficam explicações por dar ou ideias pouco definidas.
Mas o mais curioso neste livro prende-se com uma das personagens. Na figura de um dos acompanhantes de Tom na sua viagem a Jerusalém, o autor coloca-se a si mesmo na pele de personagem importante ao longo da trama. Isto cria uma certa aura de mistério, como se a linha entre ficção e realidade se esbatesse ligeiramente, dando à história um toque mais pessoal.
Cativante, com uma boa conjugação de acção e caracterização (e até alguns momentos mais emotivos), uma boa história, com várias personagens interessantes e um enredo envolvente. Uma boa leitura.
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