quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Leviatã (Scott Westerfeld)

Aleksandar é o herdeiro do trono austro-húngaro... mas está em fuga. Apenas pode contar com a velha máquina de guerra que é o seu refúgio e forma de deslocação e com a lealdade dos quatro homens que o acompanham. Deryn é uma rapariga britânica que, para alimentar o seu desejo de voar, decide disfarçar-se de rapaz e tornar-se soldado. Mas os tempos são instáveis e, apesar de todas as diferenças do mundo em que vivem, a I Guerra Mundial está iminente. E, mesmo que em lados diferentes do conflito, os caminhos de Alek e Deryn irão cruzar-se.
Algo que, desde cedo, chama a atenção neste livro é a forma como o autor constrói a sua realidade alternativa, fundindo elementos históricos com um nível completamente diferente de tecnologia e alterando eventos cruciais ao mesmo tempo que desenvolve um cenário onde os paralelismos com o nosso mundo são bastante evidentes. O desenrolar dos acontecimentos que conduzem à guerra, bem como a apresentação das diferentes armas de ambos os lados do conflito criam para a aventura dos seus protagonistas uma base sólida, cativante, e cheia de elementos interessantes para descobrir.
Também o enredo tem muito de interessante, tanto na visão mais global das forças em conflito como na história mais pessoal de Alek e Deryn. Alek, criado em berço de ouro, mas com os valores e o coração no sítio certo, marca pelos seus momentos de falibilidade, pelo crescimento através da perda e, principalmente, pela vontade de fazer o que está certo - mesmo quando as consequências da boa acção não são as melhores. Deryn, por sua vez, surpreende pela persistência e pela forma como luta para manter o seu pequeno segredo, ao mesmo tempo que tenta atingir a excelência em tudo o que faz. Mas nem só dos protagonistas vive a história e há bastantes elementos de interesse nas personagens mais secundárias, principalmente na Dra. Barlow, com os seus segredos e a sua estranha diplomacia, bem como no conde Volger, com os seus planos e acções meticulosamente definidos.
Com uma história interessante, que não se limita aos dilemas pessoais dos seus jovens protagonistas, completando-se antes com um cenário muitíssimo interessante e um enredo cheio de acção, Leviatã abre em beleza uma história que, a julgar por este primeiro volume, tem ainda muito para oferecer. Muito bom.

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