sábado, 21 de maio de 2011

Beijo do Ferro (Patricia Briggs)

Depois de ter contado com o auxílio de alguns objectos dos seres feéricos, Mercy Thompson tem agora uma dívida a pagar. Mas as coisas complicam-se quando o que parecia uma simples investigação para descobrir os culpados de algumas mortes na Fairyland acaba com Zee, amigo e ex-chefe de Mercy, preso por um assassínio que não cometeu e com os Senhores Cinzentos a quererem que ele pague com a vida pela existência discreta dos seres feéricos. O problema é que Mercy não é propriamente do tipo obediente, principalmente quando é o bem-estar de um amigo que está em jogo...
É nos seres feéricos que se concentra a acção deste livro e, portanto, há muito que é revelado sobre o seu mundo. Relações, comportamentos, objectos de poder, ligações e hierarquias vão sendo desvendadas à medida que Mercy tenta descobrir o mistério por detrás das mortes que foi investigar e, principalmente, o culpado do crime pelo qual Zee foi preso. Tudo isto de uma forma progressiva, em que a informação é dada na medida em que é necessária e por entre uma intensa sucessão de acontecimentos e algumas surpresas ao longo do percurso.
Também particularmente interessante é a forma como a relação de Mercy com os dois lobisomens da sua vida evolui, de uma tensão que se vinha tornando evidente desde o primeiro livro para algo de mais profundo. Aqui, torna-se importante referir o momento de grande impacto emocional que surge na fase final deste livro que, além de revelar algo de muito marcante sobre uma personagem secundária, mostra também muito da verdadeira natureza de Adam.
Falta mencionar a forma como a personalidade de Mercy é aprofundada neste livro. Para além da figura forte, teimosa, e insubmissa que, desde O Apelo da Lua, se vinha a meter em sarilhos progressivamente mais complicados, surge agora o seu lado vulnerável, na forma de aspectos mais sensíveis que não a tornam menos cativante (já que os seus pontos fortes continuam presentes em toda a sua glória), mas sim mais complexa e mais humana.
Viciante, com uma história cativante e com momentos particularmente intensos, um livro que acrescenta ainda mais alguns aspectos de interesse a uma série já muito interessante e que deixa muita curiosidade em saber o que virá a seguir. Muito bom.

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