domingo, 29 de maio de 2011

Dizes-me Coisas Amargas como os Frutos (Paula Tavares)

Breve, quer no número de páginas, quer nos versos que constituem a maioria dos poemas. E, contudo, de uma nitidez marcante nas imagens, de uma voz com algo de pessoal, mas também com uma visão de um mundo em volta, onde as emoções se entrelaçam nos acontecimentos e um pequeno gesto pode evocar sentimentos ou reflexões inesperadas.
De aparente simplicidade nas palavras, sem grandes elaborações de nível estilístico, há, ainda assim, algo de profundo na impressão que cada poema deixa no leitor. É como se cada verso, por mais simples e breve que seja, transmitisse uma imagem maior que, mesmo sem grandes detalhes, se insinua na memória.
De referir ainda a forma como muito de amor e algo de melancolia se cruzam nessas imagens tão nítidas para evocar emoções. Este é também um aspecto que cativa na leitura de cada poema, tornando-o mais próximo do leitor ao apresentar algo de sentimento com que este se pode identificar.
Uma leitura breve, mas onde a beleza singela de palavras que, sem grandes artifícios de estilo, apela, na força dos seus momentos, ao imaginário e à emoção. E onde é precisamente o contraste entre a leveza formal e a força do conteúdo que torna estes poemas tão cativantes.

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