segunda-feira, 30 de maio de 2011

Outlander - Nas Asas do Tempo (Diana Gabaldon)

Terminada a guerra, é tempo de regressar a uma vida normal e, para Claire Randall, isso significa recuperar a sua vida familiar. Mas, durante uma viagem na companhia do marido, o contacto inesperado com um antigo círculo de pedras transporta-a literalmente para uma outra época. Subitamente só em plena Escócia do século XVIII, Claire vê-se na necessidade de se enquadrar num mundo que lhe é, em grande parte desconhecido e, de mais formas que as que poderia imaginar, o seu refúgio e a sua nova vida estarão num homem cuja vida também se encontra ameaçada.
Contada pela voz de Claire e, por isso, com uma visão bastante clara do contraste entre o tempo de onde esta vem e aquele onde se encontrará, esta é uma história que, apesar de um ritmo bastante pausado, surpreende pela intensidade dos momentos mais interessantes. Há momentos em que a autora se demora em pequenas situações que, mais que contribuir para o desenvolvimento da história, funcionam principalmente como contextualização da época. Da mesma forma, ao apresentar de forma progressiva e sem pressas a evolução da relação entre Jamie e Claire, acabam por se criar alguns momentos algo repetitivos. É, por isso, algo lento o desenrolar dos acontecimentos, ainda que este seja compensado pela intensidade e força emocional de vários dos momentos mais relevantes.
É na caracterização de algumas personagens que se encontram alguns dos aspectos mais cativantes deste livro. No estranho antagonismo entre Jack Randall e Jamie Fraser (e nas razões que, afinal, o justificam) é possível descobrir, de forma gradual, os melhores e os piores traços da personalidade de ambos. Randall, violento e sádico, dificilmente suscitará empatia, mas há algumas revelações particularmente intrigantes a seu respeito. Já Jamie, teimoso e corajoso, mas marcado pelo passado em mais formas que as que ousaria admitir, torna-se, a cada novo vislumbre do seu verdadeiro ser, uma figura um pouco mais cativante.
Interessante no geral, ainda que, nalguns momentos, o ritmo lento torne a leitura um pouco cansativa, este livro cativa principalmente pela força emocional dos momentos mais relevantes, mas também pela visão bastante clara dos cenários e costumes da época que retrata e ainda pelas questões levantadas pela possibilidade da viagem no tempo. E é também por isso que, apesar dos momentos mais parados, não deixa de ser uma leitura agradável.

1 comentário:

  1. adoro ler e descobri o seu blog por acaso seguindo a entrada que aqui esta, ainda nao li, mas pelo que li deve ser bastante interessante. muito obrigada pelos conselhos d eleitura e continue sempre. Abraço Alda

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