Há elementos da Nova Raça espalhados por toda a parte, ocupando posições importantes com o objectivo de encaminhar os acontecimentos no sentido da Última Guerra. Mas nem tudo vai bem no plano de Victor Helios. Acções inexplicáveis - e supostamente impossíveis - começam a manifestar-se nos seres da Nova Raça, mudanças que nem o próprio Victor consegue explicar. E, agora que há humanos com conhecimento das suas experiências, é importante que estes sejam eliminados. Mas como, se os dois detectives contam com um aliado invulgar?
Tal como no primeiro livro, destaca-se como grande força o ritmo compulsivo deste livro. Capítulos curtos, uma escrita fluída e agradável e muita, muita acção dão forma a uma narrativa cativante, cheia de surpresas e onde diferentes personagens se cruzam para dar vida a esta história de ambição, megalomania... e (des)humanidade.
Ao acompanhar várias personagens - ainda que algumas delas nem sequer cheguem a cruzar-se - o autor constrói uma visão global do que é, afinal, um plano de domínio universal por parte de Victor Helios. Mas há também um outro lado interessante para esta variedade de personagens, e é a visão mais pessoal de cada uma das principais figuras desta história. Helios, o criador da Nova Raça, surge como uma figura fria, centrada em si mesma e disposta a tudo para cumprir o seu plano. Deucalião, por seu lado, revela uma humanidade surpreendente para alguém da Nova Raça. E a este contraste, já evidente no livro anterior, juntam-se agora as diversas disfunções das criações de Victor, algumas tornando-se simplesmente incontroláveis, outras desenvolvendo algo que se aproxima da emoção humana.
Eis, portanto, uma interessante (e viciante) continuação para os acontecimentos de O Filho Pródigo, uma história intensa e cheia de acção, com um final que deixa muitíssima curiosidade para ver que acontecimentos se seguirão no volume seguinte. Cativante e surpreendente, um livro fantástico.
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