quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O Feitiço da Lua (Sarah Addison Allen)

Ao mudar-se para casa do avô, em Mullaby, Emily Benedict não sabe que acaba de chegar a um lugar diferente, onde há estranhas luzes que se passeiam na noite, o papel da parede do seu quarto muda consoante a sua disposição... e quase todas as pessoas do lugar a odeiam por algo que a mãe fez. Mas nenhum segredo dura para sempre e, entre a estranha atracção do misterioso Win e a amizade de Julia (também ela com uma história invulgar), Emily acabará por entrar no caminho que a sua mãe, em tempos, percorreu.
Tal como em O Jardim Encantado, o que torna este livro cativante desde as primeiras páginas é a forma como a autora constrói, de forma terna e natural, uma história envolvente e com bastante de mistério. Segredos, marcas do passado e acontecimentos que mudaram vidas servem de base a uma história que é, na sua essência, bastante simples, mas que, com os seus momentos divertidos e situações comoventes, chega directamente ao coração do leitor.
É bastante fácil simpatizar com a protagonista, quase sozinha num lugar novo, onde todos a olham com ressentimento. E, contudo, acaba por ser na história de Julia que se encontram os melhores momentos. Mais forte e mais desenvolvida, a ligação entre o passado de Julia e a sua situação presente complementam em beleza o percurso de Emily através de uma descoberta em que alguns segredos poderiam ser mais desenvolvidos.
Há magia neste livro. Os dons secretos de algumas personagens são tão capazes de evocar beleza como de provocar perda e ressentimento. E se o segredo dos Coffey poderia, de facto, ter sido desenvolvido de forma mais completa, também é verdade que o essencial está lá: uma razão para esconder, o motivo para temer e a capacidade de revelar a verdade.
Com um enredo simples, mas mágico e cheio de ternura, O Feitiço da Lua é um daqueles livros em que o que mais marca é o elemento emotivo da história. Mas é também uma história sobre a descoberta de um caminho para casa - quando nem se sabe bem o que "casa" significa. E essa descoberta é sempre algo de reconfortante.

1 comentário:

  1. Adoro esta escritora! Ela transporta-nos para um espaço completamente maravilhoso. Adoro como ela descreve tudo o que rodeia cada personagem ;)
    beijinhos*

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