Para Jerusha Abbott, a fronteira do mundo está no orfanato onde cresceu. Até ao dia em que um misterioso benfeitor decide suportar todas as despesas de a mandar para a universidade. A condição é apenas uma: que Jerusha lhe escreva uma carta mensal a dar conta dos seus progressos. Mas cedo as cartas da jovem orfã se revelam pessoais e cheias de afecto, bem como marcadas pela curiosidade em descobrir a identidade do seu benfeitor.
Leve e divertido, este livro é, ao mesmo tempo, uma história de crescimento e uma história de amor. Composto, na maioria, pelas cartas de Jerusha, é possível ver a forma como a posição desta perante o seu benfeitor muda, consoante as circunstâncias e apesar do silêncio vindo do destinatário das suas cartas. O que transparece, portanto, é uma personalidade forte, mas com os seus momentos de carência, e uma rapariga alegre e determinada, cheia de sonhos apesar do pouco que conhece do mundo e, por isso mesmo, maravilhada com cada descoberta.
É particularmente interessante o tom alegre que transparece das cartas de Jerusha e que se complementa com as ilustrações simples e não particularmente "artísticas" que acompanham as cartas da jovem. Numa história que é, no essencial, bastante simples, apesar de alguns momentos surpreendentes, é principalmente no tom pessoal com que a protagonista relata a sua evolução que está a principal força deste livro.
De leitura agradável, com momentos bastante divertidos e uma história leve e cativante, Papá das Pernas Altas é um livro que cativa pelas pequenas coisas. Fica a curiosidade sobre alguns aspectos - principalmente sobre as motivações iniciais do benfeitor - mas o essencial está lá. Gostei.
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