segunda-feira, 13 de abril de 2015

O Alvo (David Baldacci)

É a mais perigosa de todas as missões. Se for bem-sucedida, libertará o país de uma grande ameaça, mas qualquer falha terá consequências terríveis. É por isso que o presidente se sente dividido, mas sabe, no entanto, que é uma oportunidade que não pode desperdiçar. O alvo é o Líder Supremo da Coreia do Norte e os enviados para levar a cabo a missão deverão ser Will Robie e Jessica Reel, mas apenas se conseguirem provar ao seu superior - e velho inimigo - a sua lealdade. Antes sequer de saberem que missão lhes está destinada, deverão passar por todos os testes e pelas mais duras provações - e provar que estão mais aptos que nunca. Mas o tempo urge e mesmo sobrevivendo à Fornalha, quando Robie e Reel estiverem prontos para a acção, é possível que muita coisa tenha mudado. E que haja um novo papel a desempenhar.
Sendo o terceiro volume protagonizado por Will Robie, e não propriamente a primeira aparição de Jessica Reel, este livro tem como um dos principais pontos fortes a sensação de familiaridade que desperta ao trazer de volta personagens já conhecidas. A missão é diferente, e tudo o que está em jogo é diferente, mas Robie e Reel são os mesmos que nos volumes anteriores e é muito bom reencontrar as melhores facetas das suas personalidades. Além disso, Robie e Reel não são as únicas personagens recorrentes nesta história e voltar a encontrar Julie e ver o papel que ela continua a ter na vida dos amigos acrescenta um elo emocional particularmente cativante numa história em que a acção é o elemento central.
E falando de acção, se há coisa que há em abundância neste livro são coisas a acontecer. Desde a missão envolvendo a Coreia do Norte (com todos os sucessivos percalços e mudanças) à história familiar de Reel, sem esquecer a intensidade dos momentos vividos na Fornalha e os pequenos acontecimentos que surgem nos intervalos, há sempre algo de interessante a acontecer nesta história. E se há perigo e intriga em abundância, há também momentos de camaradagem e descontracção, situações surpreendentemente emotivas e até mesmo um toque de introspecção sobre a vida dos protagonistas, o que faz com que, apesar do foco na acção, a história nunca se torne distante ou desinteressada. Robie e Reel são protagonistas carismáticos e o autor aproveita em pleno esse carisma.
Mas há ainda um outro aspecto a sobressair. É que, ainda que grande parte do enredo se centre em Robie e Reel, há uma outra personagem que vai ganhando destaque com o evoluir dos acontecimentos e que protagoniza mesmo alguns dos momentos mais marcantes. Trata-se de Chung-Cha, também ela uma personagem carismática e que surpreende não só pelo papel que desempenha e pelo passado que carrega consigo, mas também pelos inevitáveis paralelismos que se estabelecem entre a sua história e a dos protagonistas. Ainda que surja com um papel bem definido, a presença de Chung-Cha estende-se para lá da sua missão, contribuindo também para acrescentar complexidade ao enredo.
A soma de tudo isto é o habitual livro viciante, com acção e intriga e abundância, mas também com uma familiaridade que, nos momentos de leveza, mas também nos de emoção, acrescenta algo mais ao percurso das personagens. Intenso e surpreendente, muito bom.

Sem comentários:

Enviar um comentário