segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Adeus, Por Enquanto (Laurie Frankel)

Sam trabalha numa empresa de encontros online, mas, ironicamente, não consegue encontrar uma companheira adequada. Nem sequer uma candidata que possa realmente considerar. Mas, quando o desafio de elevar a capacidade da empresa a um outro nível, Sam concebe um algoritmo que, através do acesso a dados privados dos usuários, consegue realmente descobrir almas gémeas. É assim que Sam conhece Meredith, a mulher da sua vida, e é também assim que acaba por ser despedido, já que a sua ideia brilhante dá prejuízo à empresa. Mas cedo outro caminho surgirá. Na sequência da morte da avó de Meredith, e querendo ajudar a namorada, Sam constrói um outro algoritmo, este que permite falar com os mortos - ou, pelo menos, com uma projecção bastante realista dos que partiram. Nasce assim o RePousa, uma forma de ajudar as pessoas a lidar com a perda. Ou, pelo menos, é isso que Sam pretende que seja. Mas poderá realmente sê-lo?
Bastante peculiar nas ideias que lhe servem de base e, talvez por isso mesmo, com um estilo muito próprio de abordar as questões que lhes estão associadas, este é um livro que cativa, em primeiro lugar, pela leveza. Narrado em tom descontraído e com uma boa medida de humor, surpreende o registo de leveza que, tendo em conta a sobriedade - e a negrura - do tema, acaba por ser particularmente agradável. Acaba, também, por proporcionar uma forma diferente de reflectir sobre algumas questões mais profundas.
É que, apesar dessa tal leveza, os temas complexos estão lá. Desde a aparentemente inevitável questão de como lidar com a perda de um ente querido, à forma como os doentes terminais encaram a morte, passando pela inevitabilidade da morte e por todas as questões - éticas e não só - da possibilidade de um sistema como o RePousa, há toda uma vastidão de matéria para reflectir. E o mais interessante é que a autora as apresenta de forma gradual, perfeitamente enquadradas no enredo, sem retirar qualquer leveza à história, mas também sem minimizar a relevância do assunto. Esse é, sem dúvida, um dos grandes pontos fortes deste livro.
A nível de enredo e personagens, destacam-se principalmente as tais peculiaridades - de acções e de pensamentos - , mas também a empatia que transparece das relações que se criam em torno daqueles que se vão conhecendo devido ao RePousa. Além disso, e apesar de haver, por vezes, explicações algo vagas e perguntas que são deixadas sem resposta, há, ao longo do enredo, alguns pontos de viragem realmente surpreendentes. E, depois, há a emoção, o afecto que transparece na ligação entre as personagens, e que as torna mais próximas, mesmo quando as situações em si são algo bizarras.
Com um bom equilíbrio entre humor e emoção, temas profundos e descontracção, personagens peculiares e sentimentos universais, trata-se, pois, de um livro cativante e agradável, com momentos divertidos e episódios comoventes, numa história envolvente e sempre interessante. Uma boa leitura, portanto.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ladies de Espanha (Andrew Morton)

Há uma grande diferença entre a história de contos de fadas que se associa ao casamento entre um príncipe e uma plebeia e a realidade associada a essa união. Um bom exemplo disso é a história da casa real espanhola, tema deste livro que, tendo como centro a vida das quatro princesas da casa real, é muito mais que uma simples análise das suas vidas. Na verdade, esse é apenas o ponto de partida para o que é um traçado bastante preciso, ainda que não exaustivo, da história da casa real espanhola ao longo das últimas décadas e até da evolução da realeza em geral, no sentido da modernidade e do quebrar das tradições.
Um dos aspectos que mais cativa neste livro é o equilíbrio entre a exposição da história das suas figuras centrais e a perspectiva global. O autor não se limita a falar das princesas. Nem sequer se limita à casa real espanhola, recorrendo à história de outras monarquias para estabelecer comparações e analisar questões relevantes. Ainda assim, nunca se perde o ponto que serve de base para este livro e o desenvolvimento da história - ou das histórias - da família real é feito de uma forma organizada e tão completa quanto possível, tendo em conta que qualquer das figuras abordadas serviria de base, por si só, para uma biografia mais extensa.
Outro aspecto relevante é o cuidado que o autor tem em destacar o lado humano da situação. Reis e príncipes podem pertencer, para alguns, um mundo a parte - e o facto de aí estarem ou não é uma das grandes questões deste livro - mas são, ainda e sempre, humanos. Ao abordar as situações mais dramáticas de uma forma que realça também os sentimentos dos seus intervenientes, o autor humaniza as suas figuras centrais, torna-os empáticos. E, desta forma, caracteriza-os de uma forma mais completa, para lá dos escândalos e das polémicas.
E depois há a tal perspectiva global e a evolução no sentido da modernização de ideias e de tradições. Através da história das princesas, o autor apresenta uma evolução de comportamentos no seio da realeza, ao mesmo tempo que questiona as implicações dessas mudanças. Também isto contribui para colocar as circunstâncias sob uma nova perspectiva, já que, enquadradas num contexto histórico também em mudança, as situações tornam-se mais que apenas elementos de uma vida pouco privada. A todos os comportamentos correspondem expectativas, e isso revela um meio bastante mais complexo do que, à primeira vista, seria de imaginar.
A soma de tudo isto é um livro que, escrito num registo cativante, apresenta tanto os factos mais interessantes da vida da casa real espanhola, como uma análise relevante destes factos, enquadrados num contexto mais vasto. Organizado e bastante completo, um livro muito interessante.

Novidade Porto Editora

1787. Bristol é uma cidade em franco crescimento, uma cidade onde o poder atrai os que estão dispostos a correr riscos. Josiah Cole, um homem de negócios que se dedica ao comércio de escravos, decide arriscar tudo para fazer parte da comunidade que detém o poder na cidade. No entanto, para isso, Cole vai precisar de capital e de uma esposa bem relacionada que lhe abra as portas necessárias.
Casar com Frances Scott é uma solução conveniente para ambas as partes. Ao trocar as suas relações sociais pela protecção de Cole, Frances descobre que a sua vida e riqueza dependem do comércio respeitável do açúcar, rum e escravos. 
Entretanto, Mehuru, um conselheiro do rei de Ioruba, em África, é capturado, vendido e enviado para Bristol, onde será educado nos padrões ocidentais por Frances, por quem, inexoravelmente, se irá apaixonar. 
Em Um Comércio Respeitável, Philippa Gregory oferece-nos um retrato vívido e impressionante de uma época complexa onde impera a ganância e a crueldade que devastaram todo um continente.

Philippa Gregory já era uma escritora aclamada quando se interessou pelo Período Tudor. Este foi o passo que catapultou a sua carreira literária, sendo hoje uma das autoras de romance histórico mais lidas em todo o mundo.
Actualmente vive com a família numa quinta, no Yorkshire, e dedica-se, além da escrita, à investigação histórica.
É fundadora da organização «Gardens for Gambia» responsável pela construção de cerca de 200 escolas primárias naquele país. Um dos projectos desta organização é a criação de hortas nas escolas a fim de providenciar a alimentação e desenvolvimento das comunidades.

Novidade Bertrand

Depois de ter sobrevivido por um triz à sua mais recente missão, Gabriel Allon, o herói dos serviços secretos israelitas, refugiou-se por detrás dos muros do Vaticano, onde se encontra a restaurar uma das obras-primas de Caravaggio. Mas certa manhã, bem cedo, é chamado à Basílica de São Pedro por monsenhor Luigi Donati, o influente secretário privado de Sua Santidade o Papa Paulo VII. Foi encontrado o cadáver de uma bela mulher debaixo da magnífica abóbada de Miguel Ângelo. A polícia do Vaticano suspeita de suicídio, mas Gabriel não concorda. E, segundo parece, o mesmo se passa com Donati, que receia que uma investigação pública possa vir provocar no seio da Igreja e, por isso, chama Gabriel para que ele descubra discretamente a verdade. Com uma advertência: «Regra número um no Vaticano», diz Donati. «Não faça demasiadas perguntas.» 
Gabriel descobre que a mulher morta desvendara um segredo perigoso, que ameaça uma organização criminosa que anda a pilhar tesouros da Antiguidade e a vendê-los a quem oferecer mais dinheiro. Mas não se trata apenas de ganância. Um agente misterioso planeia uma sabotagem que irá mergulhar o mundo num conflito de proporções apocalípticas…

Daniel Silva foi jornalista e trabalhou para a UPI, primeiro em Washington e depois no Cairo, como correspondente para o Médio Oriente. Nesse período cobriu diversos conflitos políticos e a guerra Irão-Iraque. Conheceu a sua mulher, correspondente da NBC, e regressaram aos Estados Unidos, onde Daniel Silva foi produtor da CNN durante vários anos, tendo sido responsável por alguns programas muito populares, como Crossfire, The International Hour e The World Today, entre outros. Em 1997, logo após o êxito do seu primeiro livro, O espião Improvável, Daniel Silva resolveu dedicar-se por completo à escrita, tendo entretanto publicado diversos best-sellers mundiais. 
O Washington Post coloca-o «entre os melhores jovens autores norteamericanos de literatura de espionagem» e é com frequência comparado a Graham Greene e a John e Carré. Vive em Washington D.C., com a mulher e os dois filhos.
Em 2009, Silva foi nomeado para o Conselho do Museu do Holocausto dos Estados Unidos.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A Biblioteca Perdida do Alquimista (Marcello Simoni)

Para Ignazio de Toledo, servir o rei de Castela traz mais responsabilidades que privilégios. E as razões que levaram o monarca a chamá-lo à sua presença não tardarão a confirmar as suas convicções. Fernando III preocupa-se com a segurança de Branca de Castela, ou assim o afirma. Por isso mesmo determinou que se averiguasse o seu paradeiro. Mas há uma razão para que a presença de Ignazio, simples mercador de relíquias, ter sido requerida. Diz-se que a rainha foi raptada por um tal conde de Nigredo, do qual se diz ser um alquimista. Assim, presume-se que os invulgares conhecimentos de Ignazio serão necessários e este não pode recusar-se a intervir. Principalmente a partir do momento em que o seu antigo mestre apoia os desígnios do rei. Mas nada é o que parece na busca pelo conhecimento, e Ignazio irá encontrar adversários onde menos espera.
Com um protagonista e várias outras personagens em comum com O Mercador de Livros Malditos, este é um livro que facilmente cativa. Desde logo, o reconhecimento imediato das personagens - para quem já leu o livro anterior - facilita a empatia, ao mesmo tempo que a passagem de algum tempo entre o enredo dos dois volumes permite assimilar as diferenças operadas sobre os seus temperamentos. Além disso, as personagens são, no geral, carismáticas por natureza, tornando-se intrigantes pelo que revelam de si mesmas. Ignazio, com a sua aura de mistério e a eterna luta entre racionalidade e afecto. Uberto, com os sentimentos ambíguos relativamente ao pai e o equilíbrio de razão e emoção que a Ignazio lhe falta. E Willalme, com a sombra do passado a servir de base à impetuosidade nos seus actos. Em conjunto, formam uma boa equipa, complementam-se mutuamente e proporcionam um intrigante trio para viver a aventura que os espera.
Quanto ao enredo em si, não chega a ser de leitura compulsiva, mas evolui a um bom ritmo, com um equilíbrio bastante bem conseguido entre acção e mistério. Além disso, o autor constrói também bons antagonistas para as suas figuras centrais, o que permite momentos de grande intensidade, algumas revelações inesperadas e uma sucessão de acontecimento que é, na sua totalidade, muito cativante e que culmina num final particularmente bom.
Por último, a nível de contexto histórico, é de destacar a forma como este é desenvolvido em íntima ligação com o evoluir do enredo. Há muito de relevante neste livro, quer no que respeita às inimizades históricas, quer no que toca a questões de heresia, ou ainda às possibilidades de crença no sobrenatural. E o autor desenvolve todos estes elementos de forma gradual, apresentando todos os pormenores relevantes, mas sem cair em descrições excessivas. O ritmo da narrativa nunca perde, por isso, a envolvência, e nenhuma informação relevante fica por apresentar.
A soma de tudo isto é um livro cativante, com personagens bem desenvolvidas e um bom equilíbrio entre acção, contexto e até mesmo um toque de emoção. Muito interessante, portanto, e muito bom.

Novidade Porto Editora

O destino lança os dados neste capítulo final da saga hush, hush.
Nora está absolutamente certa sobre o seu amor por Patch. Anjo caído ou não, Patch é o homem da sua vida. A herança e o destino que couberam a Nora ditam que terá de ser inimiga do seu amor, mas não há como lhe voltar as costas. Agora, Nora e Patch deverão unir forças para enfrentar o derradeiro desafio. Assistiremos ao regresso de velhos inimigos e ao nascimento de novos aliados. Um amigo será o protagonista de uma inesperada traição que ameaçará a paz com que Patch e Nora sonham tão desesperadamente. As linhas da batalha estão formadas… mas de que lado devem lutar? E, no final, será o amor capaz de conquistar todos os obstáculos?

Becca Fitzpatrick (1981) é uma escritora norte-americana.
Depois de se ter licenciado em Saúde em 2001, exerceu a profissão de professora numa escola secundária em Provo, Utah. A sua vida muda de rumo em 2003, quando o marido lhe oferece a inscrição num curso de escrita criativa por ocasião do seu vigésimo quarto aniversário. A partir deste momento a fantasia e amor pelos contos tornar-se-á uma profissão a tempo inteiro, juntamente com o papel de mãe.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Contos Amores

Amores. Eternos, proibidos, impossíveis ou qualquer outra das suas inúmeras variantes são temas de base para muitas e boas histórias. São também, ainda que de perspectivas diferentes, o centro dos dois contos que constituem este pequeno livro. E tudo é diferente, desde a forma como o amor é vivido à forma como essa vivência é escrita. Tudo, menos talvez o facto de nenhum dos dois falar do clássico amor intenso e arrebatado.
Uma História de Amor, de Miguel de Unamuno, apresenta um casal de noivos que, mesmo não se amando, persistem em continuar ligados um ao outro, na busca de algo que os separe, mas que não seja admissão de falta de amor. Trata-se de um conto de ritmo pausado, com uma escrita elaborada, mas cativante, e que, além de ser uma história de amor (ou falta de), é também uma reflexão sobre as convenções e o egoísmo do homem. Introspectivo e profundamente triste, perde-se, por vezes, em divagações, mas sem deixar de ser cativante e culminando num final muito forte.
A outra Mulher, de Sherwood Anderson, conta a história de um homem que, poucos dias antes de casar, decide viver uma aventura com outra mulher. Bem escrito e interessante quanto baste, este conto perde um pouco pelo ritmo demasiado pausado e, principalmente, pela distância com que o protagonista se refere aos seus sentimentos. A impressão que acaba por ficar é a de uma história bem escrita, mas não muito memorável.
São, portanto, dois contos bastante diferentes. Ambos com os seus pontos de interesse e ambos muito bem escritos, deixam, contudo, impressões bem distintas. O conjunto acaba por parecer um pouco desequilibrado, sem deixar, ainda assim, de ser uma leitura agradável. Gostei, portanto.

Novidade Topseller

Ellie Tucker e Nolan Cook são mais do que amigos. Apesar de terem apenas quinze anos, ele repete-lhe constantemente que ela nunca irá encontrar alguém que a ame tanto. Mas uma tragédia familiar obriga Ellie partir subitamente. Na véspera desse dia triste, ela e Nolan sentam-se sob o velho carvalho do parque onde partilharam tantos momentos felizes e escrevem uma carta um ao outro, que enterram numa caixa de metal enferrujado. Combinam regressar exatamente onze anos depois, e lerem em conjunto as duas cartas.
Passaram os anos e os dois nunca mais se encontraram. Ellie tem hoje vinte e seis anos e é mãe solteira, lutando diariamente para sustentar a sua filha. Nolan conseguiu realizar o sonho de se tornar jogador de basquetebol e é uma famosa estrela da NBA. Mas desde o dia em que o pai sucumbiu a um ataque cardíaco, Nolan sofre com a solidão. Afogado num oceano de dor, pensa frequentemente em Ellie, a paixão da adolescência que nunca esqueceu, e na inocência da infância que partilharam.
À medida que se aproxima a data, Ellie e Nolan sonham com o reencontro sob o velho carvalho. Mas será que, onze anos depois, ainda há alguma hipótese de serem felizes?

domingo, 22 de setembro de 2013

NYPD Red (James Patterson e Marshall Karp)

Dedicada à protecção de indivíduos de alto perfil, a NYPD Red é uma unidade relativamente pequena, mas com muitos recursos à disposição. Mas está também prestes a ter pela frente um grande desafio. Tudo começa quando, no início de uma semana dedicada ao cinema, um produtor famoso é envenenado. Pouco depois, outra morte acontece, relacionada também com o meio. Não tarda a que os dois acontecimentos sejam relacionados, e é possível que sejam apenas o início de algo maior. O detective Zach Jordan e a sua nova parceira e antiga paixão, terão de encontrar o responsável o mais rapidamente possível. Antes que o plano do assassino avance para cenas mais dramáticas.
Primeiro volume de uma nova série, NYPD Red tem todas as características que se esperam de um livro de James Patterson. Escrito em capítulos curtos, e centrado fundamentalmente na acção, introduz desde as primeiras páginas um ritmo intenso para os acontecimentos, o que contribui em muito para tornar a leitura viciante. A esta intensidade de acção, acrescenta também um toque de mistério e intriga, realçado pelo facto de desenvolver tanto os pontos de vista dos heróis como do vilão. Isto cria um contraste interessante, já que possibilita alguma compreensão da mente e dos planos do assassino, ao mesmo tempo que realça a impressão de corrida contra o tempo por parte de Zach e Kylie.
A nível de personagens, o desenvolvimento é feito de forma muito gradual. As ligações de Zach com Kylie, são insinuadas, e alguns elementos vão sendo desenvolvidos, mas apenas em pequenas porções e deixando ainda bastante em aberto. O mesmo acontece com as vidas privadas dos protagonistas, e até com certos traços de carácter que se fazem notar apenas já numa fase bastante avançada do enredo. Isto cria, na fase inicial, uma sensação de distância relativamente às personagens, distância essa que se vai atenuando com as tais revelações graduais.
No que diz respeito ao caso propriamente dito, destaca-se o desenvolvimento do ponto de vista do assassino, com as viragens no plano e a influência do elemento Lexi a criarem alguns momentos particularmente bons, numa história em que tudo é bastante interessante e, relativamente ao caso propriamente dito, há boas explicações para quase tudo.
Intenso e cativante, NYPD Red é, pois, e em suma, uma leitura viciante, com um bom enredo e personagens que, tendo ainda bastante por desvendar, revelam já, neste primeiro livro, carisma e potencial. Uma boa leitura, portanto.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Irresistível (J.R. Ward)

Enquanto conservadora de arte em início de carreira, Callie Burke não leva propriamente uma vida desafogada. Ainda assim, sente-se relutante em aceitar uma generosa proposta de trabalho. É que o dono do quadro que precisa de restauro é Jack Walker, um homem rico e atraente, com reputação de playboy. E, por razões do seu próprio passado, Callie não sente grande interesse em relacionar-se com mulherengos ricos. Apesar disso, a oferta é irrecusável e Callie acaba por se deslocar para casa de Jack. E é aí que ambos vão descobrir que a atracção que sentiram desde o início - e que nunca quiseram sentir - é apenas o início de algo bem mais forte.
Centrado no romance entre o casal protagonista, e tendo estes uma ligação à protagonista do anterior Diz-me Quem És, uma das primeiras coisas a cativar neste livro é a agradável sensação de familiaridade e empatia relativamente às personagens. Tanto Callie como Jack são personagens já conhecidas, ainda que de presença discreta no livro anterior, e isso torna mais fácil entrar na sua história. Além disso, uma das ligações - a de Callie - tem grande relevância nalguns dos desenvolvimentos deste livro, o que cria ligações entre ambos os livros, quer pelo passado comum entre Callie e Grace, quer pela intervenção sempre cativante desta última.
Sendo o romance o centro de toda a história, é quase inevitável também que haja uma certa previsibilidade. Não é difícil adivinhar, em linhas gerais, de que forma irão acabar as coisas para os protagonistas. Ainda assim, a autora conta a sua história num estilo leve e cativante, sem grandes elaborações, mas num registo agradável, descontraído. Isto permite que, mesmo quando não há grandes coisas a acontecer, o ritmo da história mantenha a sua fluidez, prendendo a atenção do leitor mesmo em fases que são quase de transição.
Apesar da tal familiaridade imediata com as personagens, o melhor das suas personalidades é revelado de forma muito gradual. Isto permite que, mesmo sendo fácil adivinhar o caminho que seguirá a relação entre Callie e Jack, haja neles pequenas coisas - pequenas, mas interessantes - para descobrir. Além disso, há alguns elementos secundários, para lá do romance, sendo de destacar a questão do quadro e os passados individuais dos protagonistas, que, mesmo desenvolvidos de forma algo sucinta, tornam a história um pouco mais vasta. E também por isso mais interessante.
Leve e cativante, Irresistível é, portanto, um livro que, não sendo particularmente surpreendente, apresenta, ainda assim, um enredo envolvente, com protagonistas carismáticos e alguns momentos de emoção realmente intensos. Uma boa leitura, em suma.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Novidades Porto Editora

6 de Julho de 2012. Henrique Monroe, inspector-chefe da Polícia Judiciária, é chamado a um luxuoso palacete de Lisboa para investigar o homicídio de Pedro Coutinho, um abastado construtor civil. Depois de interrogar a filha da vítima, Monroe começa a acreditar que Coutinho foi assassinado ao tentar defender a perturbada adolescente do violento assédio sexual de algum amigo da família. Ao mesmo tempo, uma pen que o inspector descobre escondida na biblioteca da casa contém alguns ficheiros com indícios de que a vítima poderá também ter sido silenciada por um dos políticos implicados na rede de corrupção que o industrial montara para conseguir os seus contratos.
Tendo como pano de fundo o Portugal contemporâneo, um país traído por uma elite política corrupta, que sofre sob o peso dos seus próprios erros históricos, Richard Zimler criou um intrigante policial psicológico, com uma figura central que se debate com os seus demónios pessoais ao mesmo tempo que tenta deslindar um caso que irá abalar para sempre os muros da sua própria identidade.

Em Abril de 1506, durante as celebrações da Páscoa, cerca de dois mil cristãos-novos foram mortos num pogrom em Lisboa e os seus corpos queimados no Rossio. Reinava então D. Manuel, o Venturoso, e os frades incitavam o povo à matança, acusando os cristãos-novos de serem a causa da fome e da peste que flagelavam a cidade.
Berequias, sobrinho e discípulo de Abraão Zarco – iluminador e membro respeitado da célebre escola cabalística de Lisboa –, vai encontrar o tio e uma jovem desconhecida mortos na cave que servia de templo secreto desde que a sinagoga fora encerrada pelos cristãos-velhos. Um valioso manuscrito iluminado também desapareceu do seu esconderijo. Estarão os dois incidentes relacionados? Terá sido um cristão ou um judeu, como os indícios fazem crer, a assassinar o tio? Quem será a rapariga morta?
Publicado originalmente em Portugal, O Último Cabalista de Lisboa é um extraordinário romance histórico, que catapultou o seu autor para um sucesso internacional, tendo sido publicado em toda a Europa, nos Estados Unidos e Brasil, onde depressa se tornou um bestseller.

Richard Zimler nasceu em 1956 em Roslyn Heights, um subúrbio de Nova Iorque. Fez um bacharelato em Religião Comparada na Duke University e um mestrado em Jornalismo na Stanford University. Trabalhou como jornalista durante oito anos, principalmente na região de São Francisco. Em 1990 foi viver para o Porto, onde lecionou Jornalismo, primeiro na Escola Superior de Jornalismo e depois na Universidade do Porto. Tem actualmente dupla nacionalidade, americana e portuguesa. Desde 1996, publicou dez romances, uma colectânea de contos e dois livros para crianças.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Um Desastre Maravilhoso (Jamie McGuire)

Abby Abernathy está à procura de um recomeço. Virou costas ao passado e decidiu recomeçar uma nova vida na Eastern, uma vida onde ninguém a reconheça senão como a rapariga ajuizada que pretende ser. Mas tudo isso muda no momento em que conhece Travis Maddox. Mulherengo, temperamental, descontrolado, ele é tudo o que Abby queria deixar para trás, mas há algo que a atrai. E, pior que isso, também ele sente a mesma atracção. Disposto a mudar tudo por ela, mas sendo quem é, Travis fará de Abby a sua obsessão. E ela fará o mesmo. Mas a relação de ambos pode ter tanto de belo como de desastroso, e é certo que abalará aqueles que os rodeiam.
Este é um livro que desperta sentimentos contraditórios. Com momentos de grande intensidade e até alguns laivos de ternura, mas também com situações irritantes e comportamentos revoltantes, alimenta sempre a curiosidade em saber o que acontecerá a seguir, ao mesmo tempo que cria apreensões e sentimentos de distanciamento relativamente às personagens. O resultado é uma leitura viciante, mas de emoções ambíguas, e, por isso mesmo, difícil de classificar.
O mais contraditório está precisamente na caracterização das personagens. Tanto Abby como Travis têm elementos no passado capazes de gerar empatia e algumas ligações no presente capazes de tocar. Mas o que são um para o outro é, por vezes, demasiado exagerado. É difícil assimilar o tipo de relação que se estabelece entre ambos, quando os momentos que mais sobressaem são de agressividade ou de demasiada indecisão. Não é que os protagonistas não tenham qualidades. Elas estão lá, mas acabam por se perder entre o dramatismo das situações de tensão e uma relação de dependência excessiva.
Felizmente, há outros factores a compensar estas características. Elementos como a questão do passado de Abby, a relação de Travis com a família e a relação entre America e Shepley vêm introduzir algum equilíbrio na narrativa, despertando curiosidade para situações para lá da relação disfuncional dos protagonistas. Isto, associado à escrita que, apesar de bastante simples, não deixa de ser cativante, mantêm viva a curiosidade em saber mais, mesmo perante os momentos menos bons.
O resultado de tudo isto é um livro de contradições. Cativante, viciante, até, consegue ter momentos tocantes e alguns elementos envolventes, mas perde um pouco pela estranheza que envolve toda a relação entre os protagonistas. Ainda assim, o ritmo agradável e os elementos para lá dessa relação, conseguem manter a fluidez da leitura. Que acaba por ser, apesar dos seus pontos fracos, cativante e agradável quanto baste.

Novidades Planeta

Como a promessa de paz morre, os dois povos estão mais uma vez a caminhar inexoravelmente para a guerra. 
Apesar da sua esperança de paz como protectora de Siyee, Auraya não consegue evitar ser apanhada no meio do conflito. Ela sente que tem de escolher entre aqueles que ama e os que jurou servir. 
Mirar desfruta a aceitação e o respeito que recuperou entre o seu povo, e Emerahl é por fim capaz de se juntar aos Pensadores para a busca do Pergaminho dos Deuses.
Os Pentadrians estão determinados a vingar-se dos Circlians conquistados, urdindo um esquema para os derrubar, evitando o conflito directo. 
Porém, a chave poderá encontrar-se entre os Selvagens, que embarcam numa busca de segredos enterrados há muito. Segredos que podem mudar o mundo… 

Trudi Canavan vive na encosta de uma colina, perto de uma floresta, em Melbourne, na Austrália. A sua primeira história publicada ganhou o Aurealis Award para Melhor Conto de Fantasia, em 1999. 
Em 2009 tornou a ganhá-lo, na categoria de Melhor Romance Fantástico, com O Mágico Negro, uma trilogia best-seller, e as suas obras são, hoje em dia, grandes êxitos de vendas no Reino Unido, na Austrália e nos EUA.

Depois do êxito dos guias espirituais Um Anjo Chamou por Mim, Um Anjo ao Meu Lado, Como Ver, Ouvir e Sentir os Nossos Anjos e Um Anjo Falou Comigo, Theresa Cheung, a autora dos best-sellers mais lidos do jornal Sunday Times, responde às grandes questões que todos queremos saber em algum momento das nossas vidas. 
O que acontece quando morremos? 
Será que um dia remos rever os nossos entes queridos? 
Existe vida após a morte? 
O objectivo de Theresa Cheung é partilhar com os leitores o conhecimento de que existem respostas, esperança e vida no meio do caos, da incerteza e da morte. 
A autora ensina os leitores a procurar os sinais de comunicação dos espíritos e como os podemos desenvolver. 
Um aviso poderoso e reconfortante de que há mais à nossa espera. 

Theresa Cheung nasceu numa família de espiritualistas com poderes psíquicos. Desde que se formou no King’s College, em Cambridge, tem estado envolvida no estudo sério dos fenómenos paranormais, há mais de 25 anos, tendo sido aluna do College of Psychic Studies, em Londres. 
É autora de diversos livros, incluindo o best-seller internacional The Element Encyclopedia of 20,000 Dreams, bem como The Element Encyclopedia of the Psychic World, The Element Encyclopedia of Birthdays e Working with Your Sixth Sense.
Os seus livros já foram traduzidos em mais de 20 línguas e objecto de artigos nas revistas It’s Fate, Spirit and Destiny e Prediction. 
Colaborou também em livros de Derek Acorah, Yvette Fielding e Tony Stockwell. 
Editou em Portugal, na Planeta, os livros Um Anjo Chamou por Mim, Um Anjo ao Meu Lado, Como Ver, Ouvir e Sentir os Nossos Anjose Um Anjo Falou Comigo.

Cinder elabora um plano para fugir da prisão e, se for bem-sucedida, irá tornar-se a fugitiva mais procurada da Comunidade. 
Do outro lado do mundo, a avó de Scarlet Benoit desapareceu. Scarlet entra em pânico e, na sua busca, acaba por descobrir que existem muitas coisas sobre a avó que desconhece, assim como ignorava o grave perigo que correu toda a vida. 
Quando Scarlet encontra Wolf, um lutador de rua que poderá ter informações sobre o paradeiro da avó, sente-se relutante em confiar nele, mas ao mesmo tempo sente-se inexplicavelmente atraída. 
Scarlet e Wolf tentam desvendar o mistério do desaparecimento da avó, mas deparam-se com outro quando encontram Cinder. 
Além de todos os problemas em que estão mergulhados, ainda terão de antecipar os passos da maléfica rainha Levana, que fará qualquer coisa para que o belo príncipe Kai se torne seu marido, seu rei, seu prisioneiro.

Marissa Meyer vive em Tacoma, Washington, na companhia do marido e de dois gatos. 
É fã de coisas bizarras, como Sailor Moon ou Firefly e organiza a biblioteca por cores. 
Desde criança que é apaixonada por contos de fadas, um mundo que não tenciona abandonar. Pode ser que seja cyborg, ou talvez não. 
Cinder é o seu primeiro romance. 

Com uma ampla experiência didáctica, e com numerosos recordes mundiais de memorização, Ramón Campayo apresenta-nos um manual de ginástica mental, com um conjunto de métodos, técnicas e exercícios que permitem: 
Aumentar a capacidade de concentração. 
Aumentar a velocidade e capacidade de leitura e compreensão do que 
foi lido. 
Melhorar a capacidade de retenção e memorização. 
Preparar e desenvolver técnicas de estudo efectivas, com o objectivo de conseguir um melhor desempenho. 
Um instrumento fundamental para estudantes, para prepararem exames de forma prática, rápida e eficaz. Mas também essencial para os que querem multiplicar a sua força mental e utilizá-la no seu dia-a-dia. 
Nunca se esqueça: se entender os segredos da sua mente e como utilizá-la correcta e positivamente, poderá acabar com grande parte das suas preocupações.

Ramón Campayo detém todos os recordes mundiais de memória rápida. Bateu mais de 100 recordes do mundo, participou em mais de 60 torneios internacionais, e permanece imbatível. Entre as suas proezas, destacam-se: 
Primeiro classificado no Campeonato do Mundo aberto de memória rápida realizado nos dias 28 e 29 de Abril de 2007 em Espanha. 
Primeiro classificado nos Campeonatos Mundiais realizados em 2009 em Munique e em 2011 em Roma. 
Memorizou 23 200 palavras em 72 horas, após as ouvir uma só vez, recordando a posição exacta de cada palavra e a sua ordem. De 500 palavras escolhidas à sorte acertou 498 e falhou duas. 
Enumerou todas as cartas sem erros de seis baralhos de 240 cartas dispostas numa mesa, sem as ver, após as ouvir uma só vez de forma aleatória, em 18 minutos. 
Memorizou meia lista telefónica, sinais estranhos, figuras, cores. A sua velocidade de leitura compreensiva é superior a 2500 palavras por minuto, 12 vezes superior a um estudante universitário. 
A velocidade do seu cérebro é a mais alta conhecida. Possui um QI de 194, um dos mais altos do mundo. 
É o criador de Speed-Memory (www.speedmemory.com), programa e web oficiais para os torneios internacionais de memória rápida. 

A jovem Regina Finch adora livros e sente-se feliz porque conseguiu o seu 
emprego de sonho: trabalhar na New York Public Library. Mas o que parecia ser a promessa de uma rotina tranquila no meio de clássicos da literatura revela-se um irresistível jogo de sedução quando conhece o enigmático Sebastian Barnes, mecenas da biblioteca e um dos homens mais cobiçados da cidade. 
Um dia Regina descobre por entre os corredores do santuário bibliotecário uma tórrida cena sexual entre Sebastian e uma funcionária. 
Incapaz de desviar o olhar, esconde-se e observa. Uma mistura de repulsão e desejo consome Regina e uma paixão despertará na jovem sensações jamais imaginadas. 
Sentindo-se perdida com o misto de emoções que sente, uma tarde repara num livro e mergulha na vida de Bettie Page, a rapariga ingénua que foi convertida na modelo-fetiche mais popular do mundo, e no próprio despertar sexual de Bettie Page. 
Com estes trunfos, Regina espera descobrir a sua destreza sexual e seduzir o homem que ama. 

Logan Belle (pseudónimo de Jamie Brenner) tem a escrita erótica no seu currículo de livros publicados. Estreou-se na literatura com uma trilogia erótica intitulada Blue Angel, seguida de A Bibliotecária. 
Os romances da autora estão traduzidos em várias línguas e têm obtido excelentes críticas, além de serem best-seller do New Yok Times. 
Vive em Manhattan, onde se ocupa da educação das duas filhas, que não têm permissão para ler os seus livros. 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Departamento 19 (Will Hill)

A vida de Jamie Carpenter desmoronou com a morte do pai, não apenas devido à perda, mas também à dor acrescida de viver com o estigma de ser filho de um traidor. Mas tudo muda no momento em que se cruza com Larissa pela primeira vez e sobrevive - não por iniciativa sua - à ordem de que a jovem vampira foi incumbida. Esse é também o dia em que a mãe de Jamie é levada da casa onde vivem e o dia em que se cruza com o seu eterno inimigo e com o melhor protector. Salvo por Frankestein, Jamie descobre a existência de um mundo sobrenatural e de uma força devotada ao combate dos vampiros. Uma força que é a sua melhor hipótese de conseguir salvar a mãe, mas no seio da qual é também olhado como o filho do traidor.
Envolvente desde as primeiras páginas e com um bom ritmo de acção ao longo de todo o enredo, este é um livro com muitos pontos fortes. Mas há, desde logo, um que sobressai de entre todos eles, e que representa também uma evolução notável no decorrer da narrativa. Trata-se, claro, da caracterização das personagens. Enquanto protagonista, Jamie é uma personagem que facilmente desperta empatia, quer pela situação da perda do pai, quer pelas circunstâncias em que se encontra a partir do momento em que o sobrenatural entra na sua vida. É, também, uma figura carismática, com forças inesperadas e vulnerabilidades tocantes, o que torna fácil descobrir pontos de identificação. 
Mas este carisma não se resume ao protagonista. Na verdade, uma das personagens mais carismáticas do livro - Julian Carpenter - tem uma presença efectiva muito discreta, ainda que a sua sombra esteja sempre presente. Mas há mais. Frankestein, na ligação que os une aos Carpenter e na força das convicções que alimenta surge também como uma personagem intensamente humana, o que não deixa de ser, por si só, uma surpresa. E Larissa, com as suas aparentes contradições e a forma como se liga a Jamie, cativa pela inocência que sugere entre a maldade.
Da caracterização individual das personagens, surge também um todo maior, que é o desenvolvimento de todo o sistema do Departamento 19, com uma origem sólida e muito interessante, da qual sobressaem as ligações com a história de Drácula, muito interessante ponto de partida para um sistema bem desenvolvido, com muitos pontos de interesse e as inevitáveis vulnerabilidades que humanizam as suas figuras centrais.
Ainda um outro ponto forte a realçar é o equilíbrio entre acção e emoção. Há sempre alguma coisa a acontecer ou algo que é imperioso fazer, o que confere intensidade ao ritmo da narrativa, mesmo quando não é difícil adivinhar o que virá a seguir. Mas, além disso, há também uma emotividade, gerada quer pela empatia despertada pelas personagens, quer pela intensidade das circunstâncias, que confere aos acontecimentos um maior impacto. Essa emoção, contrabalançada por um muito agradável toque de humor, contribui em muito para o impacto final da história.
Intenso e cativante, com personagens fortes, um sistema muito bem desenvolvido e um muito bom equilíbrio entre acção e emoção, Departamento 19 inicia da melhor forma uma aventura que promete ainda muito de interessante para descobrir. Muito bom.

Novidades Clube do Autor

Em Lisboa, na época das descobertas, pululam escravos e vive-se uma atmosfera efervescente. 
Cristãos, judeus e mouros coabitam numa harmonia aparente, marcada pela acção repressiva da Inquisição. É neste tempo de mudança que Luís Vaz de Camões encontrará o seu primeiro amor proibido, fará grandes amigos e privará com o profeta Bandarra. Entre as intrigas palacianas e a aventura épica por terras de Magrebe e nos mares do Oriente, o poeta encontrará o seu destino. 
Eis um romance que levará o leitor a uma viagem ao centro do mundo e a conhecer uma vida de amores e infortúnios, um fado cruel e duro, mas que Camões cumprirá, intrépido, legando-nos uma obra genial. 

Maria Antonieta Moreira Costa nasceu em Vila Nova de Famalicão em 1954. Com um mestrado em História e Cultura Medievais, tem dedicado a sua vida ao ensino e à investigação. 
Actualmente, é professora de História na Escola Secundária D. Sancho I e membro da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais. Tal como para os seus romances anteriores, O Segredo de Afonso III e A Sétima Profecia, para escrever este livro, a autora realizou pesquisas em diversas fontes documentais. 

Tiago R. Santos, autor das séries “Conta-me como Foi” e “Liberdade 21” e dos filmes “A Bela e o Paparazzo” e “Call Girl”, estreia-se nos livros com A Velocidade dos Objectos Metálicos, um romance intenso e surpreendente que questiona os valores do mundo em que vivemos. Partindo do universo repressivo de um colégio de Lisboa, o livro segue a vida de alunos e professores, onde o passado e as experiências da adolescência estão sempre presentes, como tatuagens que nunca precisam de ser retocadas.
O livro retrata um universo marcado pela violência gratuita, o medo, a tentação do abismo e a amizade, que se manifestam de formas inesperadas. Deuses e homens procuram uma ordem, mas boicotam-se a eles próprios. A provar, a todo o momento, que o mundo dos adultos não é feito para crianças. 

Tiago Santos nasceu em Lisboa, em 1976. Depois de uma passagem por Nova Iorque, onde estudou guionismo, assinou, em 2007, o argumento de “Call Girl”, vencedor do Globo de Ouro nesse mesmo ano. Depois disso, já escreveu ou coordenou “A Bela e o Paparazzo” e as séries “Conta-me Como Foi” e “Liberdade 21”. É também crítico de cinema na revista Sábado e o seu mais recente argumento “Os Gatos Não Têm Vertigens”, realizado por António-Pedro Vasconcelos, estreará nas salas portuguesas em 2014.

A história de A Minha Pequena Livraria não é ficção, aconteceu. As pessoas são reais e a livraria existe. E também por isso, este livro é altamente recomendado a todos quantos têm um coração em forma de livro. 
Wendy e Jack sempre sonharam ter uma livraria, por isso, quando trocaram os exigentes empregos por uma vida mais simples numa cidade mineira no interior dos Estados Unidos, aproveitaram uma inesperada oportunidade de perseguir esse sonho. E conseguiram. Contra todas as probabilidades, mas com muita determinação, optimismo, perseverança e um amor incondicional pelos livros, mais do que estabelecer um negócio, o casal consegue criar uma comunidade em torno da sua livraria.
Actualmente, Wendy e o marido, o cantor escocês Jack Beck, são donos da Tales of the Lonesome Pine Used Books, na pequena cidade de Big Stone Gap, nos EUA. A Minha Pequena Livraria conta a sua história e a forma como este casal, dois gatos, dois cães e três mil e oitocentos livros ajudaram uma pequena cidade a abrir o seu coração através do poder transformador dos livros. E eis a prova de que vale sempre a pena perseguir os nossos sonhos.

Vencedor do passatempo Os Doze

Terminado mais um passatempo, desta vez com 96 participações, chegou a altura de anunciar quem vai receber um exemplar do livro Os Doze, de Justin Cronin.

E o vencedor é...

31. Ana Rodrigues (Alcabideche)

Parabéns e boas leituras!

domingo, 15 de setembro de 2013

Contos Comédia Urbana

Vidas normais, com as previsíveis rotinas do quotidiano a serem interrompidas pela ocorrência de algo caricato. Eis o ponto de partida dos dois contos deste pequeno livro. Contos que, escritos por figuras incontornáveis do seu tempo, cativam principalmente pela escrita, mas que, em termos de história, acabam por deixar sentimentos ambíguos
A Lua-de-Mel de Ouro, de Ring Lardner, conta a história de um casal que, em celebração das bodas de ouro, parte em lua-de-mel. Cativante quanto baste e bem escrito, perde-se demasiado em descrições de elementos pouco relevantes, o que torna o tom da narrativa um pouco distante, mesmo sendo narrado na primeira pessoa.
Dia de Celebração na Sala de Reuniões, de James Joyce, apresenta uma reunião de indivíduos com interesses comuns. Aflorando vagamente questões de política e de interesses individuais, o que sobressai deste conto é a ambiguidade, quer de pontos de vista, quer de circunstâncias. Cativante na escrita, acaba por ser, apesar disso, um texto confuso e difícil de seguir.
Cativantes principalmente pela escrita, estes são, pois, dois contos que, não sendo propriamente de leitura penosa, acabam por se tornam distantes devido a distância e ambiguidades. Interessantes quanto baste, e apesar de bem escritos, lêem-se bem, mas não ficam na memória.

sábado, 14 de setembro de 2013

Contos Encantados

Mensagens positivas, histórias cativantes e um discreto toque de magia são os elementos essenciais que caracterizam estes Contos Encantados. São dos contos breves, escritos em estilos diferentes, mas com alguns pontos em comum, e que funcionam muito bem juntos no mesmo livro.
Os Sonhos do Jovem Rei, de Oscar Wilde, conta a história de um jovem que, em vésperas de ser coroado, recebe uma nova perspectiva do reino que governará. Cativante, escrito num tom de quase inocência, esta é uma história que, na sua aparente simplicidade, consegue questionar de forma precisa e marcante as barreiras que separam os homens.
Em Desvio Inesperado, de Vicki Baum, o mau tempo obriga dois viajantes a fazerem um desvio que os leva a uma localidade isolada. Interessante, desde logo, pela caracterização dos protagonistas, este conto cativa também pelo ambiente intrigante e um pouco misterioso em que decorre o enredo. Surpreende, também, pelo belo retrato de solidariedade e pela emoção dos momentos finais.
São, então, duas histórias aparentemente simples, tendo em comum a força da mensagem e alguns laivos de inocência, mas também divergentes em aspectos que os individualizam. Dois contos cativantes, para uma leitura breve, mas muito interessante. E, quer pela envolvência das histórias, quer pelas questões que, de forma mais ou menos discreta, acabam por levantar, acaba por ser também uma leitura que fica na memória.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Morte na Arena (Pedro Garcia Rosado)

Reformado por razões pouco claras, Gabriel Ponte retirou-se de Lisboa para viver uma vida sossegada e solitária. Mas, uma vez por ano, regressa à capital para cumprir a longa tradição de jantar com o amigo Jorge Orta. Desta vez, contudo, a noite é passada à espera e Jorge não aparece. Intrigado - e um pouco irritado - Gabriel não tarda a descobrir porquê. Quatro cadáveres - e um braço decepado - foram encontrados num prédio devoluto e um deles é o de Jorge. Mesmo sabendo que não deve interferir, até porque a responsável pela investigação é a sua ex-mulher, Gabriel sente-se impelido a descobrir o que aconteceu. Mas as respostas não serão apenas desagradáveis. Podem ser também muito perigosas.
Segundo volume da série iniciada em Morte com Vista para o Mar, este é um livro que, podendo perfeitamente ser lido sem qualquer conhecimento do anterior, tem, ainda assim, ligações evidentes. Este é, aliás, um dos muitos traços cativantes nos livros deste autor. É que, de forma discreta ou com algum protagonismo, há sempre alguma relação com outras histórias - desta série ou de outras andanças. 
Mas, estando relacionado com Morte com Vista para o Mar, é com este que há mais relações em comum. As personagens mais relevantes são essencialmente as mesmas e há várias referências a acontecimentos anteriores. Assim, e se o ritmo do livro anterior era já viciante, essa característica torna-se aqui ainda mais vincada, já que, conhecendo à partida os traços essenciais das personagens, a proximidade e a empatia estão já construídas e é incrivelmente fácil entrar no ritmo dos seus passos.
Mas nem só de personagens e familiaridade vive a envolvência deste livro. Também no enredo principal há muito a contribuir para que este livro seja impossível de largar. Desde logo, o caso propriamente dito, com a já habitual análise a certas características da sociedade real a tornar mais impressionante o impacto das circunstâncias. E também, é claro, a forma como o mistério é alimentado, com revelações graduais e vislumbres da perspectiva de várias personagens - "vilões" incluídos.
E falta referir a escrita, como não podia deixar de ser. Directa e equilibrada, com diálogos bem conseguidos e descrições que, sem serem exaustivas, não descuram nem os pormenores mais negros, a forma de narrar é tão cativante como os acontecimentos narrados, pondo em evidência a força dos grandes momentos, mas também das pequenas grandes revelações.
Intrigante e viciante, este é, pois, um livro que atinge e supera as expectativas criadas por Morte com Vista para o Mar. Intenso, com um enredo muitíssimo bem construído e personagens sempre surpreendentes, é, sem dúvida, um livro a não perder. Recomendo.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Sangue Final (Charlaine Harris)

De volta à casa depois de uma noite de acontecimentos devastadores e de uma decisão quase involuntária que lhe retirou das mãos muitas questões complicadas, Sookie apenas quer paz e sossego. Mas não os terá, ainda. Desde o momento em que conheceu o seu primeiro vampiro, Sookie percorreu um longo caminho e fez muitos inimigos, alguns dos quais estão dispostos a fazer seja o que for para conseguir a sua vingança. Felizmente, Sookie conta também com bons amigos e alguns aliados. Mas, como se não bastassem os que conspiram contra ela, a jovem telepata tem ainda de lidar com mudanças nas suas relações e descobrir o que a espera, se sobreviver às intenções dos seus inimigos.
Volume final de uma série bastante longa, este é um livro que, com os pontos fortes de sempre, mas com algumas mudanças inesperadas, deixa, em alguns aspectos, sentimentos ambíguos. O ritmo do enredo continua a ser cativante, o mesmo acontecendo com a escrita, e continuam a surgir bons momentos de humor e de emoção ao longo do enredo. Mas, nesta conclusão de um longo percurso, há pontos que surpreendem pela positiva e também opções que ficam um pouco aquém do esperado.
Sendo este o décimo terceiro volume de uma série, é natural que ao longo do caminho tenham sido apresentadas muitas personagens. Até aqui, todas elas tiveram histórias interessantes e também neste volume final há alguns bons desenvolvimentos. Mas o facto de haver todas estas personagens torna difícil encontrar respostas satisfatórias para todas perguntas. Assim, e apesar de haver realmente momentos bons no caminho das personagens, fica, por vezes, a impressão de algumas situações resolvidas de forma um pouco apressada e, principalmente em relação aos vampiros, de muitas perguntas deixadas sem resposta.
Quanto ao enredo propriamente dito, continua a haver bastante acção e vários acontecimentos intensos, o que contribui para manter a envolvência da leitura. O mistério em torno dos novos - ou não tão novos - inimigos de Sookie é sustentado por uma revelação gradual das suas intenções e a presença dos seus aliados torna as coisas bastante mais interessantes, quer pela conjugação de capacidades, quer pelos afectos que isso revela. Acaba por ser, no fundo, este lado mais intenso do enredo o que mais marca ao longo de toda a leitura.
Relativamente ao romance, tornam-se mais evidentes os tais sentimentos ambíguos. Ao longo da série, Sookie envolveu-se em vários relacionamentos, daí que uma das grandes questões para este último livro era, inevitavelmente, com quem ficaria a protagonista. E, neste aspecto, o percurso em direcção à escolha final acaba por ser um pouco forçado, já que poucas pistas havia nesse sentido ao longo do restante da série. As ligações propriamente ditas são, no geral, bastante bem conseguidas - há empatia mais que suficiente entre as personagens - mas algumas escolhas quebram com o rumo dos livros anteriores e isso nem sempre acontece de forma natural.
O que fica, então, deste último volume é a impressão global de uma história que, perdendo um pouco pela conclusão apressada - e por algumas questões sem resposta - de alguns pontos importantes da série, acaba por ser, ainda assim, uma leitura envolvente e agradável. Não é o final perfeito, mas não deixa de ser uma conclusão cativante. Gostei.

Novidade Porto Editora

Anthony Spencer é um empresário de sucesso, um homem orgulhoso e egocêntrico que não olha a meios para conseguir os seus objectivos. Um dia, o destino prega-lhe uma partida: um AVC deixa-o nos cuidados intensivos, em estado de coma. Entre a vida e a morte, Anthony vê-se num mundo que espelha a dor e a tristeza que tem dentro de si. Confuso, sem compreender exactamente onde está e como foi ali parar, viaja pela sua consciência para compreender quem realmente é e descobrir tudo o que tem perdido ao longo da vida: a esperança, a amizade genuína e o amor verdadeiro, sentimentos que há muito o seu coração deixara de sentir. Em busca de uma segunda oportunidade, Anthony fará uma jornada de redenção e encontro com o seu verdadeiro ser.

Wm. Paul Young é o autor do romance A Cabana, obra recordista de vendas do The New York Times. Filho de missionários, nasceu no Canadá e foi criado pelos pais no seio de uma tribo indígena da antiga colónia holandesa da Nova Guiné Ocidental. Sofreu grandes perdas durante a infância e o início da idade adulta. Actualmente, vive em “estado de graça” com a família, no Noroeste dos EUA.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O Olhar do Amor (Bella Andre)

Chase Sullivan é um fotógrafo de sucesso e, por isso, um homem habituado à beleza. Mas nada o poderia ter preparado para o fascínio que sente ao cruzar-se com Chloe. As circunstâncias não são as mais favoráveis, com ela sozinha na estrada, depois de um acidente e em plena tempestade. Além disso, Chloe é uma mulher em fuga e o que menos quer é uma nova relação. Mas tudo nela desperta os instintos protectores de Chase, que não desistirá de a ajudar. E essa vontade não tardará a dar lugar a algo mais forte.
Primeiro volume de uma série dedicada à numerosa família Sullivan, este é um livro que tem como pontos centrais o romance e o erotismo. E, se compararmos este livro com Sedução, da mesma autora, a característica que mais se destaca é um maior desenvolvimento a nível de enredo. Continua a ser um livro relativamente curto, havendo ainda pontos que poderiam ter sido mais explorados, especialmente no que toca ao casamento de Chloe. Mas há agora uma maior base de desenvolvimento das personagens, o que, associado a um bom equilíbrio entre as cenas sensuais e os momentos mais românticos, torna a leitura bastante mais envolvente.
Esta maior caracterização das personagens, que reforça o impacto emocional dos grandes acontecimentos, é também uma parte fundamental do que torna o enredo interessante. Os temperamentos de Chloe e Chase são bastante diferentes, o mesmo acontecendo com as suas origens e experiências passadas. O que deles é revelado, contudo, demonstra também o que têm em comum, o que torna mais credível a aproximação entre ambos. Além disso, pequenos aspectos como a vida familiar de Chase - que funciona como uma muito boa introdução ao que se seguirá na série - e as paixões e passatempos dos protagonistas fazem de Chase e Chloe personagens mais completas, com vidas e histórias para lá da relação entre ambos. Também isto torna a sua história bastante mais cativante.
Não é propriamente uma história imprevisível. Não exige grande esforço adivinhar de que forma irão terminar as coisas relativamente aos protagonistas. Ainda assim, e apesar de algumas questões desenvolvidas de forma mais apressada, a forma como a história vai evoluindo nunca deixa de ser cativante e agradável, e há até alguns momentos realmente tocantes.
O resultado de tudo isto é uma história breve, mas envolvente, com alguns aspectos previsíveis, mas com personagens cativantes e um enredo agradável. Uma boa leitura para descontrair.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Quinta-feira no Parque (Hilary Boyd)

Jeanie está a chegar aos 60 anos e não se sente velha. Mas parece ser a única a pensar assim. O marido, reformado há já alguns anos, não partilha a sua cama há uma década e está agora obcecado com a ideia de ir viver para o campo - independentemente de isso ser ou não o que Jeanie quer da vida. Além disso, a razão que levou George a retirar-se para outro quarto é um mistério que nunca desvendou e que se tornou um abismo entre ambos. Ainda assim, não se deitam a perder décadas de um casamento sem uma grande razão. Razão que pode aparecer onde menos se espera. Ao conhecer Ray no parque onde vai brincar com a neta, Jeanie volta a sentir coisas que julgava ultrapassadas. E que lhe despertam uma nova perspectiva relativamente à sua forma de viver. Mas como é que se deixam rotinas, um marido que a ama e a estabilidade de uma família depois de tanto tempo?
Tendo como base a história de um casamento e de um romance, não necessariamente interligados, este é um livro que se centra, em grande medida, nas emoções. Em primeiro lugar, nos dilemas e nos sentimentos de Jeanie, à medida que descobre o que sente sobre as suas rotinas e o atracção que desenvolve relativamente a Ray. Mas também os sentimentos do próprio Ray, os do marido de Jeanie e os da sua filha. Claro que o romance é, muitas vezes, o elemento mais marcante e a base dos momentos mais fortes, mas tão relevantes como a ligação entre Jeanie e Ray são as questões do casamento com George, as rotinas que se estabeleceram entre ambos e o dilema entre a estabilidade da relação presente e a incerteza do futuro. Tudo isto está presente na história de Jeanie e são estas questões o grande ponto forte deste livro.
Outro ponto forte é a escrita, leve e agradável mesmo nos momentos mais emotivos, e com um cativante sentido de humor a servir de base a algumas situações particularmente bem conseguidas. A nível de enredo, há algumas situações mais previsíveis, até porque a forma como as relações evoluem aponta, desde cedo, para o que irá acontecer no final. Ainda assim, a autora consegue criar situações envolventes e, mesmo havendo alguma ambivalência na caracterização das personagens, notória particularmente, nos conselhos algo contraditórios de Rita, há em quase todos os intervenientes o suficiente  - seja de carácter, seja de experiência passada - para despertar empatia. 
A soma de tudo isto é uma história que, mais marcante pelas pequenas coisas que pelos grandes acontecimentos, cativa, ainda assim, pela escrita agradável e pela envolvência de um enredo pontuado por momentos especialmente tocantes. Gostei.

Novidades Saída de Emergência para Setembro

 Shannon Parker é uma professora de Inglês a aproveitar umas muito merecidas férias de verão. Ao fazer compras, encontra um antigo vaso com a figura de uma deusa celta muito parecida consigo. Shannon compra o vaso, mas nem sonha na aventura em que se irá meter.
Sem saber como, vê-se, de súbito, transportada para Partholon, ondeassume o papel de Rhiannon, a Sumo-Sacerdotisa de Eponina. E apesar de todas as regalias e do tratamento de luxo – qual a mulher que não gosta de receber uns mimos? – ser deusa envolve um casamento ritual com um centauro e lutar contra os fomorianos, criaturas maléficas que tudo farão para travar o regresso da verdadeira deusa.
Conseguirá Shannon livrar-se deste sarilho e arranjar alguma forma de regressar a casa sem acabar morta, casada com um cavalo ou enlouquecida? É que ser divina, afinal, não é um mar de rosas!

A Saga do Império é uma das obras mais famosas de Raymond E. Feist. O mundo exótico de Kelewan é um marco histórico na Fantasia épica. De Kelewan, saíram algumas das ideias e personagens mais emblemáticas da fantasia. De uma parceria com Janny Wurts, provavelmente uma das mais bem-sucedidas da literatura fantástica, nasce uma obra apaixonante. Um mundo de personagens reais, intriga política e acção.
INTRIGADO? SAIBA OS SEGREDOS DO EXÓTICO MUNDO DE KELEWAN.
 Ninguém conhece os meandros do Jogo do Conselho melhor do que Mara dos Acoma. Através de sangrentas manobras políticas, ela tornou-se uma poderosa força no Império; porém, rodeada de mortíferos rivais, se Mara quiser sobreviver, tem de ser a melhor.
Como se isso não bastasse, Mara tem de combater batalhas em duas frentes: no viveiro de intriga e traição que é a corte dos Tsurani, e no seu coração, onde a paixão por um escravo bárbaro do mundo inimigo de Midkemia a leva a questionar os princípios que regem a sua vida.
A Serva do Império é o segundo volume da magnífica saga épica de Feist e Wurts – uma das colaborações mais bem-sucedidas de todos os tempos no estilo fantástico.

Shelley e a sua mãe já sofreram a sua dose de ameaças e violência. Quase morta por um trio de agressores na escola, e ainda fragilizada pelo humilhante divórcio dos pais, a jovem encontrou refúgio com a mãe num retiro sossegado no campo.
Os problemas parecem ter terminado e nada lhes dá mais prazer do que saborear uma vida segura em torno de livros, jardinagem, chocolate quente e música à lareira. Mas na véspera do seu aniversário, um visitante perturba a paz da mãe e filha e algo em Shelley rebenta.
O que era um idílio transforma-se numa história de medo, lealdade familiar e luta pela segurança, mesmo que implique quebrar todas as convenções morais. O que está certo ou errado quando a sobrevivência está em jogo? Quando é que a presa se transforma em predador?

Kimber Edgington é uma virgem de vinte e três anos que está apaixonada, desde a adolescência, pela estrela de rock Jesse Mcall. Kimber sabe que estão destinados um para o outro e sonha com um casamento, mas a fama e viagens de Jesse tornaram-no uma celebridade conhecida por todo o tipo de aventuras sexuais.
Determinada a provar que é uma mulher à altura para Jesse, Kimber recorre à ajuda do guarda-costas Deke Thornton, um amigo de longa data, e implora-lhe que a inicie no mundo do prazer. Embora Deke a avise de que está a brincar com o fogo, aceita, não querendo que a beleza inocente da jovem seja manchada por outros. É então que Deke e o seu amigo Luc dão a conhecer a Kimber as delícias do êxtase. O que Kimber ainda não sabe é que talvez não seja Jesse o homem certo para realizar os seus sonhos, afinal, é Deke quem invade as suas fantasias…

Novidades Bizâncio

A medicina anda pelas ruas da amargura. Enquanto os doentes confiam na segurança e regulação dos medicamentos, e os médicos tentam receitar a terapêutica mais eficaz, a indústria farmacêutica global é um negócio de 600 mil milhões de dólares onde reina a corrupção e a ganância. Tanto os médicos como os doentes necessitam de boas provas científicas para tomarem decisões informadas. Mas as empresas efectuam ensaios enviesados dos seus fármacos, distorcendo e exagerando os resultados. Os dados inconvenientes são simplesmente enterrados. Os organismos governamentais de regulação ocultam informações vitais. Grupos aparentemente independentes de médicos e doentes são financiados pela indústria, num mundo louco onde, neste momento, há médicos e enfermeiros a receberem formação ministrada pela indústria farmacêutica. O resultado de tudo isto é inevitável: há doentes – e em grande número – desnecessariamente prejudicados. Ben Goldacre é o melhor escritor britânico sobre a ciência por trás da medicina, e este livro é uma denúncia clara e divertida, mostrando exactamente como a ciência tem vindo a ser distorcida e como seria fácil consertá-la.

Do fascínio do Círculo Árctico aos biscoitos Garibaldi, no calor da Etiópia, esta aventura de Michael Palin leva-nos do Pólo Norte ao Pólo Sul de comboio, camião, raft, balão, bicicleta… Pelo caminho encontra povos amigos, enfrenta o fogo de metralhadoras e lida com o seu instável aparelho digestivo, até que, finalmente, seguindo os passos de Scott, chega à terra do Sol da Meia-Noite.
«O nosso país parecia impossivelmente distante quando chegámos àquela base de gelo e neve no Pólo Sul. A temperatura era de 25ºC negativos e considerada relativamente quente…»

O que é o amor? Pode definir-se? Será justo? Eterno? Incondicional? Será que os pais amam, com igualdade e justiça, todos os filhos? O que procuramos no ser amado? E por que o escolhemos? Amor e ódio serão sentimentos antagónicos? De forma notável Simon May desmonta algumas das ideias feitas sobre o amor que chegaram até nós. Através da análise das tradições e tendências que moldaram a nossa visão de amor — dos textos bíblicos, aos autores clássicos, do amor trovadoresco, aos românticos, de Freud a Proust — Simon May propõe ainda a sua teoria acerca do que é o amor e do que procuramos quando nos enamoramos.

Pérolas a Porcos, de Stephan Pastis, é o relato, tira a tira, da história de dois amigos: o Rato, arrogante e egocêntrico, e o Porco, lento de cabeça, penosamente ingénuo, um «ursinho de peluche». Acompanham-nos a Zebra, activista dos direitos herbívoros; o Bode, um crânio relutante que gosta de ser tratado com o devido respeito; e os Crocs obsessivamente carnívoros. Com esta trupe diversa, Pérolas traça uma caricatura deliciosa dos defeitos e limitações da natureza humana. Senhoras e Senhores, o espectáculo continua…

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Novidade Porto Editora

«Mais tarde, também eu arrancarei o coração do peito para o secar como um trapo e usar limpando apenas as coisas mais estúpidas.»
Passado nos recônditos fiordes islandeses, este romance é a voz de uma menina diferente que nos conta o que sobra depois de perder a irmã gémea. Um livro de profunda delicadeza em que a disciplina da tristeza não impede uma certa redenção e o permanente assombro da beleza. O livro mais plástico de Valter Hugo Mãe. Um livro de ver. Uma utopia de purificar a experiência difícil e maravilhosa de se estar vivo.

Valter Hugo Mãe nasceu em Saurimo, Angola, no ano de 1971.
Licenciou-se em Direito e é pós-graduado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. Publicou os romances: o nosso reino; o remorso de baltazar serapião, Prémio José Saramago em 2007; o apocalipse dos trabalhadores; a máquina de fazer espanhóis, Grande Prémio Portugal Telecom, categoria melhor livro do ano, e Prémio Portugal Telecom, categoria melhor romance do ano, em 2012, e O Filho de Mil Homens.
A sua poesia encontra-se reunida no volume contabilidade.
Escreveu diversos livros ilustrados para os mais novos, entre os quais: Quatro Tesouros; O Rosto e As mais belas coisas do mundo.
Valter Hugo Mãe é vocalista do grupo musical Governo (www.myspace.com/ogoverno), projeto que editou o EP Propaganda Sentimental, com cinco canções, através do selo Optimus Discos.
Escreve as crónicas Autobiografia imaginária, no Jornal de Letras, e Casa de papel, na revista de domingo do jornal Público.