A mulher deveria ser perfeita. Uma dona de casa exemplar, sempre atenta ao marido e aos filhos, esmerada nas artes da cozinha e do bordado, com comportamento aprumado e decente. Nos anos 50, e sobre o olhar atento, conservador e católico de Salazar, o amor e o sexo eram temas tabus. Prevalecia a moral e os bons costumes.
A jornalista Isabel Freire, autora de Fantasias Eróticas, afasta a cortina espessa e pesada que rodeou o amor e a sexualidade nos anos 50 e traz-nos um livro original onde desvenda o mundo dos sentimentos no tempo de Salazar. Um mundo recheado de valores puritanos, de vexame, opressão, tirania e recalcamento sobretudo para o sexo feminino. Durante esta década, os direitos das mulheres portuguesas foram abafados e diminuídos. Forçadas à submissão de género, à dependência económica e afectiva, bem como ao apagamento sexual.
Através de uma pesquisa cuidada e de uma série de entrevistas a especialistas e a pessoas que viveram esta época, Isabel Freire conta-nos como se namorava nos anos 50, do flirt ao beijo na boca, explica-nos que a «mão na mão» dava direito a uma multa no valor de 2$50, já a «mão naquilo» valia 15$ de coima, fala-nos da vida boémia dos bordéis de Lisboa, dos partos em casa e dos abortos clandestinos, das expectativas e ansiedade dos noivos na noite de núpcias, das famílias felizes e da peste que era o divórcio.
Isabel Freire é licenciada em Filosofia, pela Universidade Nova de Lisboa, fez a Formação Geral do CENJOR, tendo estagiado no jornal Público. A convite da companhia Focus, escreve Damas d’ Ama, um texto dramático, inspirado num trabalho de campo junto da comunidade luso-africana dos bairros 6 de Maio, Estrela d’ África, Cova da Moura e Moinho das Rolas. Em 2006, editou e redigiu um guia de viagem insólita no Ribatejo, em parceria com o fotógrafo francês Joseph Marando. Trabalha como jornalista freelancer desde 2005, com reportagens assinadas na Visão, Única e Grande Reportagem.
Comecemos pelas ferramentas do ofício. Conheça tudo o que precisa de saber sobre carne, legumes, peixe, massas, molhos, etc. Arregace as mangas e comece a experimentar as receitas simples e que resultam. Aprenda a fazer arroz cozido, refogado e ovos mexidos... Ultrapassada a primeira aventura culinária, está apto para dar asas ao seu «espírito aventureiro» na cozinha e servir pratos como Massa de tinta de choco com camarão e chilli ou Bife com puré de batata e manteiga de queijo Roquefort. Parabéns! Já ultrapassou os dois primeiros níveis deste Curso de Cozinha de Henrique Sá Pessoa. Tirou as suas dúvidas, aprendeu truques essenciais e impressionou familiares e amigos. Mas para obter o diploma ainda tem de completar mais duas etapas. A fasquia fica mais elevada, os ingredientes vão puxar pela sua imaginação. O chef sugere Lombo de tamboril com crosta de especiarias ou Mousse de lima com framboesas. Não se preocupe, está pronto para assumir o comando por completo da sua cozinha e fazer receitas que mais ninguém faz. O diploma está à vista. Arrisque um Escalope de foie gras com puré de abóbora e chocolate preto, ou um Risoto de cepes com filete de pregado assado e creme de castanhas.
Henrique Sá Pessoa é chef do restaurante Alma, considerado Restaurante do Ano 2009 pela Revista de Vinhos. Trabalhou em vários restaurantes, como o Restaurante Panorama do Hotel Sheraton e no Hotel da Lapa, ambos em Lisboa, no Sheraton on the Park, em Sydney, e no Sheraton Park Lane, em Londres. Ganhou o concurso Chef Cozinheiro do Ano 2005, a 1.ª edição da Taça Horexpo em 2008. Foi considerado a figura do ano 2007 pela revista Intermagazine, e foi galardoado com o prémio Arte da Cozinha 2007, atribuído pela Academia de Gastronomia Portuguesa. Apresentou com sucesso o programa de culinária Entre Pratos, na RTP2, e prepara-se para estrear um novo programa – Ingrediente Secreto – no mesmo canal.
«Tendo entrado às dezassete horas e dez numa capela do Quartier Latin em busca de um amigo, saí de lá às dezassete horas e quinze na companhia de uma amizade que não era terrena.»
André Frossard tinha 20 anos, era um céptico ateu de extrema-esquerda, de origens judaicas, quando encontrou bruscamente, de forma fortuita, mas instantânea, a verdade cristã, «numa silenciosa e serena explosão de luz». Sem qualquer tipo de evolução intelectual, de inquietação, sem percorrer um longo caminho para chegar até ela, sem procurar nada.
Deus Existe, Eu Encontrei-O é um testemunho pessoal e emocionante da forma como André Frossard encontrou a sua fé. Um acontecimento que operou em si uma alteração na sua forma de ver, de sentir, de pensar e uma transformação do seu carácter. Num tom intimista, o autor, membro da prestigiada Academia Francesa, traz-nos um relato raro e único que se tornou, em todo o mundo, num clássico da espiritualidade.
«Ora, acontece que eu sei, de modo extraordinário, a verdade sobre a mais disputada das causas e o antigo dos processos: Deus existe.»
André Frossard, filho de Louis-Oscar Frossard, jornalista e homem político da III República que, aos 31 anos, se tornou no primeiro secretário-geral do partido comunista francês. Trabalhou no Le Figaro, e por ocasião da II Guerra Mundial esteve na Marinha de França e depois participou na resistência à ocupação alemã no território francês. Foi preso pela Gestapo e esteve durante um ano preso na «Barraca dos Judeus» da prisão de Fort Montluc. Quando a guerra terminou, recebeu de Charles de Gaulle a Légion d'honneur, a mais elevada condecoração militar da França. Foi redactor-chefe e jornalista em diversos periódicos como Le Temps présent, L'Aurore e Paris-Match, entre outros. Publicou cerca de vinte e três livros, a maioria de carácter filosófico ou religioso. André Frossard foi eleito para a Academia Francesa em 1987. Faleceu em Paris, em 1995, aos 80 anos de idade.
De D. Teresa de Leão e Castela que, embora filha de rei e mãe de rei, foi casada com um conde e um condado governou, passando por D. Isabel de Aragão, a Rainha Santa, D. Inês de Castro, falecida antes da entronização do seu amado D. Pedro I, a D. Filipa de Lencastre, mãe da Ínclita Geração, até D. Leonor, mulher do rei D. João II, a historiadora Ana Rodrigues Oliveira traça o retrato das 17 rainhas medievais de Portugal.
Numa época em que as fontes escasseiam, os silêncios e as omissões são frequentes e em que as mulheres, mesmo sendo rainhas, eram vistas através, e em função, dos seus maridos, os reis, Ana Rodrigues Oliveira, baseada numa pesquisa exaustiva e numa investigação rigorosa, consegue trazer-nos as biografias destas mulheres, desvendando o seu papel, a sua acção, o seu sentir e a sua voz no fluir dos acontecimentos da sua família, da sua corte, dos seus reinos de nascimento e de casamento.
Nesta obra original e única, ficamos a conhecer estas mulheres que deixaram marcas no imaginário dos Portugueses, e através delas viajamos ao longo de quatro séculos de um período fascinante da História de Portugal.
Ana Maria Rodrigues Oliveira é professora de História, com especialização na área de História Cultural e das Mentalidades. Doutorou-se em 2004 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem desenvolvido estudos nas áreas da mulher e da criança e participado em vários congressos e seminários. É co-autora de manuais escolares para o ensino da História e membro do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Na manhã daquele domingo, 22 de Janeiro de 1961, os passageiros do paquete Santa Maria apercebem-se de que algo está errado quando encontram marcas de sangue no chão. Um homem armado impede-lhes o acesso ao convés superior. Os empregados fazem correr a notícia: «Uns rebeldes tomaram conta do navio.» A liderá-los está o capitão Henrique Galvão, o inimigo número um de Salazar.
Fervoroso salazarista, Galvão começa a desiludir-se e a afastar-se dos ideais defendidos pelo Estado Novo. A ruptura é assumida quando afronta o regime na Assembleia Nacional, onde denuncia a escravatura e vários negócios promíscuos que envolvem a Administração de Angola. Está aberta a porta para o confronto entre os dois homens. Segue-se uma tentativa falhada de atentar contra a vida do presidente do Conselho, em 1951, a prisão, uma espectacular fuga do Hospital de Santa Maria e o exílio. Salazar terá desabafado na altura: «Vamos arrepender-nos mil vezes. É muito mais perigoso que [Humberto] Delgado.»
O ditador não estava enganado. Galvão prepara a «Operação Dulcineia», que ocupa as primeiras páginas da imprensa internacional e expõe o regime português como nunca antes tinha acontecido. Segue-se o sequestro de um avião da TAP de onde são lançados cem mil panfletos a apelar à revolução, e o depoimento contra Portugal na sede das Nações Unidas.
Com base em documentos, na maioria inéditos, de oito arquivos nacionais e do arquivo particular do capitão, e em testemunhos dos seus principais cúmplices, o jornalista Pedro Castro desvenda a vida de Henrique Galvão, num livro único, com uma narrativa empolgante onde não falta acção e intriga.
Pedro Jorge Castro nasceu em Leiria em 1975. Licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Autónoma de Lisboa, completou também o curso de formação geral em jornalismo do CENJOR. É jornalista há 13 anos e desempenha desde 2007 o cargo de redactor principal da revista Sábado. O Inimigo nº 1 de Salazar é o seu segundo livro, depois de em 2009 ter publicado Salazar e os Milionários.
Álvaro Cunhal era um pai dedicado. Os montes de neve retirados dos passeios durante os frios Invernos de Moscovo serviam para fazer a sua filha Ana, deslizar com um pequeno trenó. A alegria e o companheirismo ficavam registados em fotografias que ele próprio revelava em casa.
Estes e outros pormenores de um lado desconhecido do líder histórico do PCP são desvendados na primeira biografia de Álvaro Cunhal. Adelino Cunha traça um retrato completo do homem e do político. Da infância em Seia à entrada no PCP, do seu envolvimento na Guerra Civil de Espanha, às três detenções e à histórica fuga do Forte de Peniche, contada aqui pelos protagonistas que o acompanharam.
Numa pesquisa de mais de três anos, que levou o autor até Madrid, para falar com o histórico líder comunista espanhol Santiago Carrillo, e a Moscovo, onde reconstituiu o quotidiano de Álvaro Cunhal e recolheu documentos inéditos dos arquivos russos, o jornalista Adelino Cunha ouviu testemunhos únicos de pessoas próximas do líder, como Cândida Ventura, Sofia Ferreira, Margarida Tengarrinha, Carlos Costa, Joaquim Gomes, Aurélio Santos, a sua ex-companheira Isaura Moreira e a filha Ana Cunhal, que revelaram facetas e factos até agora pouco conhecidos da vida de Álvaro Cunhal.
Uma biografia fundamental sobre uma figura central da História contemporânea portuguesa.
Adelino Cunha é licenciado em História pela Universidade Lusíada e editor de Política/Nacional do Jornal de Notícias. Foi director e editor executivo da revista Focus e grande repórter de O Independente. Colaborou com vários outros meios de comunicação social, nomeadamente com o Correio da Manhã, a revista Gentleman e o extinto diário A Capital. É ainda investigador associado do Centro de História e Relações Internacionais, autor do livro de investigação histórica A Ascensão ao Poder de Cavaco Silva, e autor de vários artigos de História para a colecção Os Anos de Salazar.