Não foi propriamente o melhor dos anos, se o considerarmos em termos globais. Mas, a nível pessoal, a verdade é que podia ter sido bastante pior. 2016 foi um ano razoavelmente tranquilo, de muitas (boas) leituras, como sempre, e em que, apesar daquela mania que o tempo tem de fugir (e, oh, se foge...) o total de leituras deu um número bastante bonito.
232. Sim, foi mesmo isso. Se me acompanham no Goodreads, provavelmente viram um número um bocadinho mais baixo, mas isso é porque, no Goodreads, eu só tenho os livros físicos e, apesar da eterna lentidão nas leituras digitais, ainda li algumas coisas em e-book. Portanto, 232, de entre os quais uma muito boa quantidade de boas leituras e alguns absolutamente memoráveis. Mas já lá vamos.
2016 também foi o ano em que (finalmente) visitei a Feira do Livro de Lisboa. E foi... um marco na história deste meu ano. Primeiro... bem, obviamente... pela possibilidade de me perder entre livros e mais livros e mais livros e... ainda mais livros. (É preciso dizer mais?) E, igualmente importante, ou até mais, pela oportunidade de rever ou de conhecer pessoalmente algumas das muitas pessoas simpáticas que este mundo dos livros me deu a conhecer. Obrigada por me receberem, gente encantadora! É, sem dúvida alguma, uma memória para guardar para sempre.
Mas voltemos aos livros, porque, antes de falar nas melhores leituras do ano, quero falar também numa das minhas coisas preferidas nos livros: personagens memoráveis! E este ano de leituras permitiu-me matar saudades ou conhecer pela primeira vez alguma gente ficcional fascinante. Helen Grace, Kim Stone, Andrew Blackrose, Darrow, Elias, Harry August... e tantos, tantos mais. É que, sabem, quando a uma boa história se juntam grandes personagens, tudo se torna mais mágico. E, no que aos livros diz respeito, este ano houve magia em abundância.
E, dito tudo isto, passemos finalmente ao que nos trouxe aqui: as melhores leituras do ano. E essas, para mim, foram as que se seguem.
Desde que o li que sabia que ia ocupar esta posição. Porquê? Porque, segundo os meus critérios, roça a perfeição. O protagonista é simplesmente brilhante. A história, tão intensa e complexa como capaz de partir o coração a cada três capítulos. O rumo dos acontecimentos surpreende a cada página. E a escrita, essa... irresistível. Não é só o favorito do ano. É um dos meus favoritos de sempre. E mal posso esperar para deitar aos mãos ao volume seguinte.
Sabem aqueles livros que pegam numa figura histórica e a apresentam de um ponto de vista diferente? Adoro. E este é um deles. É também um livro muito bem construído, equilibrado, capaz de transmitir na perfeição os sentimentos do protagonista ao mesmo tempo que constrói um enredo fascinante e bem enquadrado no contexto histórico. Ah, e claro, muitíssimo bem escrito. Recomenda-se, naturalmente. Sem dúvida alguma.
Tenho com este livro uma relação muito parecida com a que tenho com o Filho Dourado. Aquela coisa do partir o coração a cada três capítulos? Também acontece aqui. E, diferente, à sua maneira, a verdade é que desperta emoções muito parecidas. Junte-se a isto um conjunto de personagens fascinantes, um sistema tão brutal como intrigante e um enredo onde crueldade e emoção parecem andar (estranhamente ou não) de mãos dadas e a soma é um início memorável. Também aqui mal posso esperar para ler o seguinte.
Se leram a trilogia Nocturnus, preparem-se para algumas surpresas. E também para reconhecer o que de melhor havia nos livros da trilogia. O cenário é novo, o protagonista é outro (e, se possível, ainda mais fascinante), mas os pontos em comum estão lá. Além disso, há todo um crescimento a acontecer neste livro: mais intensidade, mais emoção, um enredo mais complexo e surpreendente a cada nova reviravolta. E emoção - inesperada, intensa, abundante. Maravilhosa. Ficou-me na memória desde que o li... e nunca mais de lá saiu.
Viagens no tempo (mas não da forma habitual). História e as possíveis consequências de a mudar. Intrigas capazes de abalar o futuro do mundo no tempo presente e em todos os futuros possíveis. E tudo isto maravilhosamente escrito e tendo no centro de tudo um protagonista absolutamente fascinante. Harry August também já tem um lugar de destaque na minha lista de personagens preferidas. E que mais dizer, além de que vale muito a pena ler este livro?
Completamente diferente de tudo o que eu estava à espera, este foi, provavelmente, um dos livros que mais me surpreendeu. Certeiro na descrição da vida num meio pequeno, mas transpondo-a para novas possibilidades, com um grande mistério no cerne dos acontecimentos e uma resolução em tudo inesperada. Maravilhosamente escrito e dando a cada personagem a voz adequada e a cada momento o ambiente de que precisa. E, na intrigante fusão de tudo isto, moldado numa estranha beleza que cativa sempre... e nunca deixa de surpreender. Memorável, em suma.
Helen Grace. Viram-me falar dela ali atrás, não foi? Bem, ao quinto volume desta série, Helen Grace tornou-se numa favorita incondicional. Complexa, conturbada, fascinante, perseguida pelos demónios do passado e, contudo, com tanto de bom para dar. Toda esta série é algo de fascinante, mas este livro atinge um novo pico: intenso do início ao fim e com um final que nos deixa a desejar o volume seguinte o mais depressa possível, não podia deixar de entrar nesta lista dos mais memoráveis do ano.
Se cresceram nos anos 80 ou perto disso, este livro vai ser um banho de nostalgia. As referências são inúmeras, vastíssimas, deliciosas. É toda uma viagem ao passado. Mas há mais neste livro do que um simples matar de saudades. O ambiente é interessantíssimo, a posição do protagonista tão complicada que facilmente desperta empatia. E o enredo, esse, é todo um turbilhão de surpresas, em que, a cada novo nível, há um novo desafio para ultrapassar. Intenso, surpreendente, equilibrado... é, sem dúvida, uma viagem que vale a pena fazer.
Não li os volumes anteriores da série, e dizem-me que, se o tivesse feito, o impacto seria ainda maior. Mas, mesmo sem conhecimento prévio da história e das personagens, a impressão que fica deste livro é a melhor possível. Intenso, cheio de surpresas, repleto de momentos de tensão e de perigo e com um conjunto de personagens tão enigmático quanto fascinante, é tudo o que se espera de um policial e mais. Fica a curiosidade em saber o que se segue - e também o que aconteceu até aqui. E a recomendação também.
Imaginem uma espécie de fusão entre Will Trent (da série da Karin Slaughter) e Helen Grace (de quem já me fartei de falar neste post). É mais ou menos assim que eu defino a protagonista desta série. E, a julgar por este primeiro livro, o potencial é vastíssimo. Para começar, Kim Stone, fascinante e perturbada (mas de uma maneira diferente da de Helen Grace). Depois, o caso, cheio de surpresas, sombrio, misterioso, construído sobre uma teia de interesses e de reviravoltas onde ninguém é exactamente o que parece. E depois, a escrita, que confere aos acontecimentos o tom que melhor se lhes ajusta. A soma de tudo isto é, claro, a mais promissora das estreias, e uma série a acompanhar.
Bem, revisitadas as leituras mais marcantes, é impossível não ficar com a ideia de que 2016 foi um bom ano em livros. E, tendo em conta que vários deles não são o fim das suas histórias... tudo indica que os próximos anos também prometem muito de bom.
Quanto a 2017? Bem, esperemos. Que o ano que está a chegar seja sempre melhor, que traga boas surpresas e grandes oportunidades... que abra portas e caminhos rumo a um futuro melhor e que nos traga sonhos e realidades... nos livros e fora deles. Eu cá devo continuar por aqui. Continuem a visitar-me também! :)
Bom ano, boas leituras... e até 2017!