Finalmente, a verdade sobre Neferet foi revelada, mas isso não significa que ela se tenha tornado menos perigosa. O seu poder continua a ser vasto e as suas intenções as piores. A missão de Zoey ainda não acabou e, mais uma vez, as atenções da sua inimiga voltam-se para os que lhe são mais próximos. Mas, enquanto o seu grupo de amigos e aliados sofre algumas alterações, também algumas presenças improváveis se juntam ao lado certo. O combate contra a Escuridão é interminável... mas pode também revelar a Luz em corações insuspeitos...
Chegados ao décimo volume de uma série, não há muito de novo que se possa dizer sem entrar em pormenores específicos da história. Há elementos que se mantêm constantes e figuras que evoluem. Do início, mantêm-se a escrita bastante simples e o ritmo cativante, bem como os elementos essenciais do mundo da Casa da Noite.
Mas muito é diferente, se considerarmos a história desde o primeiro livro e grande parte dessa diferença vem das mudanças sofridas por algumas personagens. Aliados de sempre tomam novas atitudes e inimigos declarados mudam de facção. E há, em tudo isto, histórias de redenção e de descoberta interessantes, ainda que nem todas sejam exploradas ao pormenor. Fica, aliás, a impressão de que mais haveria a dizer sobre estas mudanças, que, cativantes como são da forma como são apresentadas, poderiam ter ainda maior força se fossem mais justificadas em acções.
Um outro elemento que se manteve relativamente constante, mas que ganha destaque por o panorama geral ser mais sombrio a cada novo volume, é o toque de humor e de descontracção que surge por entre as situações mais dramáticas. Muitas das personagens são adolescentes e espera-se que ajam como tal, mas, tendo em conta o ambiente de tensão e o sempre inevitável peso da missão de salvar o mundo, é particularmente refrescante ver os traços de humor e de quase normalidade nas pequenas discussões.
Continua a haver muito em aberto, o que, aliados a elementos, que inevitavelmente, se repetem (como a realização dos círculos), deixa, ocasionalmente, uma sensação de dispersão, como se, por vezes, todos os avanços conquistados acabassem por deixar a história no mesmo ponto em que tudo começou. Ainda assim, cada situação tem algo de cativante e há, inclusive, alguns momentos mais emotivos que ficam na memória. A leitura nunca deixa de ser agradável, mesmo nas situações mais previsíveis.
Considerando tudo isto, a impressão que fica é a de um livro ao mesmo nível dos anteriores, com os seus momentos mais previsíveis e algumas questões ainda por responder, mas também com uma história envolvente e agradável, pontuada por alguns momentos particularmente intensos. Gostei, portanto.
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