Enquanto conservadora de arte em início de carreira, Callie Burke não leva propriamente uma vida desafogada. Ainda assim, sente-se relutante em aceitar uma generosa proposta de trabalho. É que o dono do quadro que precisa de restauro é Jack Walker, um homem rico e atraente, com reputação de playboy. E, por razões do seu próprio passado, Callie não sente grande interesse em relacionar-se com mulherengos ricos. Apesar disso, a oferta é irrecusável e Callie acaba por se deslocar para casa de Jack. E é aí que ambos vão descobrir que a atracção que sentiram desde o início - e que nunca quiseram sentir - é apenas o início de algo bem mais forte.
Centrado no romance entre o casal protagonista, e tendo estes uma ligação à protagonista do anterior Diz-me Quem És, uma das primeiras coisas a cativar neste livro é a agradável sensação de familiaridade e empatia relativamente às personagens. Tanto Callie como Jack são personagens já conhecidas, ainda que de presença discreta no livro anterior, e isso torna mais fácil entrar na sua história. Além disso, uma das ligações - a de Callie - tem grande relevância nalguns dos desenvolvimentos deste livro, o que cria ligações entre ambos os livros, quer pelo passado comum entre Callie e Grace, quer pela intervenção sempre cativante desta última.
Sendo o romance o centro de toda a história, é quase inevitável também que haja uma certa previsibilidade. Não é difícil adivinhar, em linhas gerais, de que forma irão acabar as coisas para os protagonistas. Ainda assim, a autora conta a sua história num estilo leve e cativante, sem grandes elaborações, mas num registo agradável, descontraído. Isto permite que, mesmo quando não há grandes coisas a acontecer, o ritmo da história mantenha a sua fluidez, prendendo a atenção do leitor mesmo em fases que são quase de transição.
Apesar da tal familiaridade imediata com as personagens, o melhor das suas personalidades é revelado de forma muito gradual. Isto permite que, mesmo sendo fácil adivinhar o caminho que seguirá a relação entre Callie e Jack, haja neles pequenas coisas - pequenas, mas interessantes - para descobrir. Além disso, há alguns elementos secundários, para lá do romance, sendo de destacar a questão do quadro e os passados individuais dos protagonistas, que, mesmo desenvolvidos de forma algo sucinta, tornam a história um pouco mais vasta. E também por isso mais interessante.
Leve e cativante, Irresistível é, portanto, um livro que, não sendo particularmente surpreendente, apresenta, ainda assim, um enredo envolvente, com protagonistas carismáticos e alguns momentos de emoção realmente intensos. Uma boa leitura, em suma.
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