Tudo começa numa investigação para recuperar droga, quando, mais que aquilo que procuravam, os mergulhadores descobrem dois estranhos esqueletos. E o que parece ser um crime invulgar ganha dimensões sucessivamente mais perturbadoras, à medida que a investigação revela relações com o passado e a equipa que investigou as mortes do Museu (em Relíquia) se volta a reunir para descobrir a explicação deste caso misterioso.
Quando peguei neste livro sabia à partida que ia adorar. Já li quase todos os livros publicados sobre o agente Pendergast, um dos protagonistas deste livro e uma das minhas personagens preferidas de sempre. Relicário, contudo, enquanto sequela directa do livro Relíquia tem alguns elementos marcantes, por si só.
De referir, em primeiro lugar, que, no estilo preciso e transparente da escrita dos autores, é impossível não notar um ritmo envolvente e viciante, uma vez que os acontecimentos e as revelações se sucedem a um ritmo incrível. E a forma como o mistério deste livro se entrelaça cuidadosamente com as informações dadas em Relíquia, confirmando algumas, contradizendo outras, traz-nos imediatamente à memória a ligação que já estabelecemos anteriormente com os personagens.
Segue-se a diversidade de personagens, desde o capitão arrogante que tem como interesse essencial fazer tudo com o mínimo de esforço, a Margo, a investigadora que vive ainda sob a sombra dos acontecimentos anteriores, passando, claro, pelo cativante e perturbador agente Pendergast, com a sua curiosa forma de vida, o seu estranho aspecto de cangalheiro e uns princípios invulgarmente firmes. E, para mim, é este o grande ponto forte, não só deste livro, como de quase todos os desta série.
Não li a série Pendergast por ordem, por isso, ao retroceder a este livro, tive a oportunidade de notar que, à medida que as histórias se sucedem, Pendergast vai ganhando protagonismo e vamos conhecendo melhor a sua personalidade. Daí que não possa deixar de recomendar que, para quem ainda não conhece a série, se comece por Relíquia e se siga a ordem cronológica até O Instrumento das Trevas. Por último, de referir também a forma como, adensando os mistérios, os autores conseguem criar momentos de tensão verdadeiramente palpável, o que torna este livro ainda mais difícil de largar.
Como era de prever, pois, este é um livro que não posso deixar de recomendar aos fãs de um bom mistério. Há muito que estou completamente fascinada pela obra destes autores e, por isso, aqui fica a minha sugestão de leitura. Muito, muito bom.
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