Catherine LeVendeur é uma noviça no convento do Paráclito. Mas cedo terá de descobrir as suas aptidões numa área bem diferente das dos estudos eclesiásticos. Quando a abadessa Heloise lhe pede que volte a casa - numa simulada ruptura de ligações com o convento - para investigar uma acusação de supostas heresias inseridas num livro em que a própria Catherine trabalhou, a jovem está longe de imaginar que se envolverá no caminho de diferentes interesses. Interesses que se podem revelar mortais.
Ainda que seja Catherine a protagonista nesta história, o primeiro elemento a despertar interesse reside em duas outras personagens de história sobejamente conhecida: Heloise e Abelard. É, na verdade, a história das suas ligações passadas que faz com que os ataques à integridade do convento, bem como às teorias do próprio Abelard, sejam propriamente perigosas, estando aí uma importante motivação para o pedido da abadessa. Mas também Catherine se revela uma personagem intrigante e cheia de recursos. Apesar da sua família peculiar - e das relações menos boas à sua saída do convento - a teimosa noviça consegue sempre encontrar uma forma de perseguir os seus objectivos, mesmo que para tal seja necessário colocar a vida em risco.
Mais que o mistério central desta história, está na progressiva aproximação de Edgar e Catherine (desde o atrito inicial a uma progressivamente mais forte empatia), deixando a sensação de uma história que se repete, de uma algo temível similaridade entre a história destes jovens e a de Abelard e Heloise. E esta tensão que se vai estabelecendo entre os jovens é uma constante, mesmo quando as circunstâncias são de vida ou morte, mesmo quando tudo em volta faria pensar que circunstâncias mais elevadas ganhassem prioridade.
Bastante interessante, uma leitura que ganha envolvência à medida que o enredo evolui e que mistura elementos históricos, filosóficos e religiosos para criar uma história cativante e de leitura agradável. Gostei.
Sem comentários:
Enviar um comentário