Há sempre algo de cativante numa história que narra gestos de coragem ante a adversidade. E, quando os protagonistas são jovens, essa coragem torna-se ainda mais marcante. É isso que sucede nos contos deste pequeno livro, histórias que se definem pela coragem dos seus protagonistas e pela forma como esta os leva a escolher posições difíceis, mas que são as únicas que podem aceitar.
O Menino-Morcego, de Paul Jennings, conta a história de um rapaz selvagem e de uma rapariga determinada a salvá-lo. Muito simples, na escrita e no enredo, não deixa de ser, ainda assim, uma história cativante e com uma boa mensagem.
Um Buraco no Escuro, de Helen Dunmore, é uma história de amizade e bravura em tempos de conflito religioso. Narrado do ponto de vista de uma protagonista que é, ao mesmo tempo, inocente e corajosa, esta é uma história que cativa desde as primeiras páginas e que, a cada novo acontecimento, se torna mais e mais marcante. Para isso contribui também a questão do ódio entre papistas e protestantes que, visto pelos olhos da jovem protagonista, acaba por ser retratado - e questionado - de forma particularmente certeira.
Por último, À Espera de Anya, de Michael Morpurgo, toma por cenário as montanhas, para falar de uma fuga que corre mal e de um rapaz que parte em auxílio dos que partiram. Tanto a escrita como a história são interessantes, neste conto, mas é difícil evitar a impressão de que tudo acontece demasiado depressa. Perde-se, por isso, parte da emoção, ainda que o essencial dos acontecimentos esteja presente.
Do conjunto destes três contos, sobressaem então os pontos em comum, com a coragem dos jovens como ponto central e uma certa medida de emoção a tornar a história mais cativante, mas também as diferenças a nível de forma de escrita e de desenvolvimento. Destaca-se como particularmente marcante, o conto Um Buraco no Escuro, mas todos acabam por ter algo de cativante para descobrir, sendo por isso, interessantes e agradáveis leituras.
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