quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Comando Tribulação (Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins)

Depois do Arrebatamento, aqueles que ficaram para trás continuam à procura das respostas certas. Mas o mundo está a mudar a uma velocidade nunca antes vista e o encanto de Nicolae Carpathia parece capaz de convencer o mundo das suas ideias de paz. Mas, para os poucos que sabem a verdadeira natureza do líder em ascensão, o percurso de Carpathia é apenas o início dos longos anos de tribulação que se aproximam. Rayford, Bruce, Buck e Chloe estão numa posição que lhes permite ver de perto aquilo que se seguirá. Mas achar que a fé é suficiente para enfrentar um homem que tem todo o mundo nas mãos pode ser, talvez, demasiado optimista.
Dando seguimento à história iniciada com Deixados para Trás, este segundo volume continua a acompanhar os seus protagonistas numa luta cada vez mais solitária para fazer frente ao que parece ser o inevitável apocalipse. E é no desenvolvimento deste tema que continua a residir um dos grandes pontos fortes desta aventura. As profecias do Apocalipse são transpostas para o enredo de uma forma cativante, tornando-se reais na vida dos protagonistas. E a forma como os autores as colocam numa situação em que as forças em movimento não agem apenas no contexto da religião, mas no seio da política mundial, acrescenta algo de surpreendente a uma história em que a acção é sempre um dos aspectos mais importantes.
Outro aspecto dominante neste livro é o elemento religioso e, mais uma vez, ficam sentimentos ambíguos relativamente a esta questão. Se, por um lado, a transmutação do Apocalipse para uma possível realidade, exige, necessariamente, uma certa medida de fé, a convicção inabalável dos protagonistas e a forma como esta se associa a uma única religião verdadeira como caminho de salvação cria uma certa distância. Ainda assim, a envolvência do enredo e o aspecto mais pessoal das histórias dos protagonistas compensam esta impressão de afastamento.
Ainda um outro ponto surpreendente é a forma como, apesar dos desenvolvimentos no contexto político e das questões religiosas, que, inevitavelmente, exigem algumas explicações, há sempre algo de relevante a acontecer na história, seja nas relações pessoais entre as personagens, seja numa perspectiva mais global. E, neste ambiente de acção constante, há momentos divertidos e emocionantes, inesperados e, num ou noutro caso, até comoventes. E é isso, acima de tudo, que faz com que esta leitura se torne praticamente viciante.
A soma de tudo isto é mais uma leitura agradável e envolvente, com personagens cativantes e um enredo cheio de surpresas. Mais uma vez, fica a curiosidade em saber o que se seguirá.

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