Jack Morgan não tem mãos a medir. Primeiro, é a descoberta de quatro cadáveres na praia, mesmo em frente à casa de um dos seus clientes e a impressão de que, ainda que tudo aponte para que o dito cliente nada tenha a ver com o caso, ainda muito se seguirá a essas mortes. Mais eis que chega o telefonema de um outro cliente, com a notícia do misterioso desaparecimento do casal mais famoso de Hollywood. Também esse caso tem contornos mais sombrios do que à primeira vista seria de esperar e, para encontrar as respostas, é possível que seja necessário destruir toda uma teia de mentiras. Como se não bastasse, Tommy, o sempre maquiavélico irmão de Jack, não está disposto a descansar enquanto não destruir a vida do irmão. E, ao que tudo indica, acaba de conquistar aliados poderosos. Com tanto em mãos, e apenas vinte e quatro horas por dia, como poderá Jack lidar com tudo, mesmo com o apoio da melhor equipa do mundo?
Seja qual for a série de James Patterson que se está a ler, há um conjunto de características que são, à partida, de esperar. A escrita directa, em capítulos curtos, com as descrições resumidas ao essencial e a informação a ser apresentada à medida que é necessária, definem o ritmo de um enredo em que a acção é o ponto central e há sempre alguma coisa a acontecer. Tudo isto, associado a um conjunto de personagens cativantes, é garantia de uma leitura envolvente, e este livro não é excepção.
Terceiro volume da série dedicada à Private e ao seu líder, este livro tem todas essas características comuns aos livros de Patterson. E alguns pontos particulares. Primeiro, o próprio Jack, que, de livro em livro, tem vindo a revelar mais da sua personalidade carismática, reflectindo tanto as suas forças como os traços de vulnerabilidade que o humanizam. Mas também a história das personagens que o rodeiam, com particular ênfase, no caso deste livro, em Justine, que está também, à sua maneira, a descobrir mais sobre si própria.
Mas, porque é a acção o foco central do livro, e no centro da acção estão os casos, importa também referir os aspectos que se destacam nesta questão. E o que sobressai nestes dois casos (e, em certa medida, também na situação complementar que diz respeito a Tommy e aos seus planos) é uma sequência de pistas que leva personagens e leitor de surpresa em surpresa, abrindo caminho para um final intenso e - sim, também - surpreendente.
Trata-se, portanto, de um livro que não desilude. De ritmo viciante, repleto de momentos intensos e com um conjunto de personagens que, entre o muito que é revelado e as pistas que ficam para o que se seguirá, promete ainda muito de bom, Private Los Angeles proporciona, como habitual, uma boa e surpreendente leitura. Muito bom.
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