quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Percy Jackson e os Ladrões do Olimpo (Rick Riordan)

Percy Jackson é tido como um rapaz problemático e prova disso é que está prestes a ser expulso de mais um colégio interno. Mas, quando a sua professora de matemática se transforma num monstro, para depois Percy a matar com a espada que o professor de latim lhe atirou, tudo acontecimentos de que mais ninguém se recorda, Percy começa a intuir que os seus problemas são outros. E essa suspeita vê-se confirmada quando se vê arrastado para uma fuga frenética que termina com a mãe aparentemente morta e ele à porta de um campo de férias para semideuses. Aí, Percy descobre a sua natureza divina e recebe a sua primeira missão: recuperar o raio-mestre de Zeus, roubado, ao que tudo indica, por ordem de Hades, e impedir a Terceira Guerra Mundial.
Parte do que torna este livro tão interessante é a forma como o autor consegue conjugar um vasto conjunto de elementos da mitologia grega, que é, aliás, a linha condutora de todo o enredo, com um cenário muito actual e uma história cheia de acção, o que resulta numa leitura viciante com uma história que decorre num mundo meticulosamente construído. Tudo faz, na verdade, um estranho sentido, embora tudo seja também bastante invulgar. E é esse estranho encanto que torna a história tão mágica... e tão difícil de largar.
Sendo uma história de deuses e semideuses, não é propriamente uma surpresa que outra das grandes forças seja o carisma das personagens. O curioso é que isto não se aplica apenas aos deuses, com as suas invulgares personalidades, mas também aos semideuses, com especial destaque, naturalmente, para Percy e os seus amigos. O que me leva a outro aspecto: podem ser personagens perfeitamente construídas, mas não são personagens perfeitas. Percy pode ser filho de um deus, mas não deixa de ser um miúdo assustado. Grover tem grandes sonhos, mas tem também as suas particularidades. E o caminho não se faz apenas do desvendar de mistérios e da realização de missões: faz-se também de crescimento e, acima de tudo, de amizade.
Claro que realizar uma missão para os deuses gregos nunca poderá ser fácil, o que significa que não falta acção ao longo do caminho. Mas o mais notável é como tudo parece surgir nas medidas certas: os grandes momentos de acção, os rasgos de humor, o ocasional episódio emotivo e as revelações capazes de mudar tudo. O resultado é uma história que começa logo viciante e que avança em crescendo para culminar num final poderoso e que promete também muito de bom para os volumes seguintes.
Com as suas personagens marcantes e a sua reconstrução da mitologia grega, cativa desde as primeiras páginas e não deixa de encantar mesmo até ao fim. Com o seu sentido de humor e o equilíbrio perfeito entre acção, intriga e emoção, conquista tanto nos grandes momentos como nas mais pequenas coisas. E, com o seu crescendo de intensidade, fica na memória bem depois de concluída a leitura. Intenso, cativante e cheio de surpresas, trata-se, pois, de um primeiro volume delicioso. E, sem dúvida, de uma série a não perder. 

Autor: Rick Riordan
Origem: Aquisição pessoal

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