O medo paralisa. A insegurança, a falta de confiança em si próprio e nos outros, a dúvida que incapacita a acção, são partes fundamentais de um caminho em direcção ao fracasso. E é um caminho para superar o medo e ganhar confiança o que o autor deste livro pretende apresentar ao leitor.
Começando pelos pontos bons. O autor traça uma imagem bastante clara do problema e não é difícil para o leitor reconhecer-se, em maior ou menor grau, na visão do medo e suas consequências que surge nas primeiras páginas deste livro. E, sendo bastante nítida a apresentação do problema, também a mensagem global é bastante forte no que toca à busca de uma solução. Se o medo é o inimigo, será necessário descobrir uma forma de o superar. Se a insegurança paralisa, impõe-se a descoberta de uma forma de ganhar confiança.
E é aqui que surge o problema. Se, na parte dedicada à auto-confiança e à confiança nos outros o autor apresenta algumas possibilidades interessantes - ainda que me pergunte se algumas delas serão assim tão fáceis de aplicar na prática, há algo que me desperta bastantes dúvidas na apresentação da fé como factor essencial. Ao referir uma espiritualidade religiosa (baseada na força da oração) como elemento fundamental a uma vivência desprovida de angústia, a impressão que fica é a de uma visão algo limitante, já que todas as outras possibilidades são vistas como incompletas caso a fé esteja ausente.
Há, de facto, algumas ideias bastante interessantes no que toca a formas de melhorar a confiança e, no que toca à importância da confiança em si mesmo e nos outros como elemento vital na melhoria da qualidade de vida, o autor apresenta uma mensagem de grande força e clareza. Ficam-me, ainda assim, demasiadas dúvidas quanto à aplicação prática e à real necessidade de alguns elementos explorados e, talvez por isso, esta leitura não me convenceu por completo.
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