sábado, 30 de abril de 2011

O Feitiço do Highlander (Karen Marie Moning)

Demasiado ocupada com o doutoramento e com a sua função de assistente do seu professor, Jessica St. James praticamente renunciou à sua vida social. Por isso, quando, após a entrega de um valioso espelho encomendado pelo professor, ela julga ver no artefacto o reflexo de um homem simplesmente deslumbrante, Jessi julga que as suas hormonas enlouqueceram. O problema é que o homem no espelho existe mesmo e Cian MacKeltar, feiticeiro do século IX aprisionado no Espelho Negro há mais de um milénio e parte da razão por que o mundo de Jessi deixou de ser seguro.
Há algo de mágico e de intrigante na forma como a autora consegue entrelaçar magia e mitologia numa história que, sendo bastante centrada no romance entre os protagonistas, não se limita a isso. Se é verdade que a atracção e a sensualidade desempenham um papel bastante relevante ao longo do enredo - e a autora é bastante detalhada no que toca à descrição das cenas mais escaldantes - há toda uma história para lá desse aspecto, uma ameaça clara e os perigos que esta representa, e também as implicações desta ameaça no mundo que rodeia os protagonistas.
É, também, algo de muito agradável o regressar a personagens de livros anteriores. Ainda que agora como figuras secundárias (mas com um papel relevante a desempenhar), não deixa de ser um factor interessante o facto de saber um pouco mais sobre como a vida dos fascinantes Drustan e Dageus MacKeltar evoluiu após as suas próprias dificuldades. E, neste caso, a sua presença serve também para traçar intrigantes paralelismos entre estes dois e o seu mais que invulgar antepassado.
A escrita é bastante agradável e cria um ambiente envolvente, ao mesmo tempo que apresenta pequenos detalhes sobre a mitologia (mitologia esta que poderia, talvez, ser um pouco mais explorada) e desenvolve personalidades interessantes, no sentido de uma história que, ainda que bastante centrada na atracção entre os protagonistas, explora também um maior espectro de emoções: empatia, espírito de sacríficio, coragem, confiança... e muito mais.
Uma leitura cativante, onde o romance é um elemento essencial, mas não o único ponto de interesse de uma história onde, para além da força dos protagonistas, também todo o sentido de uma família maior que o tempo é explorado em todos os seus valores.

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