Passada a agitação do casamento, todos esperam que as suas vidas retomassem uma tranquila normalidade. Mas isso está longe de acontecer. Debbie e Bryan têm de lidar com uma dívida considerável, e ambos têm pontos de vista bastante diferentes sobre a situação. Aimee está grávida de um bebé indesejado e o seu plano para lidar com o assunto não está de acordo com a vontade do marido. Connie tem pela frente umas férias fantásticas, um novo emprego e um homem fascinante, mas o ex-marido persiste em contar com ela para tudo. E as histórias de todas estas personagens cruzam-se com as dos que os rodeiam, revelando novas vidas igualmente agitadas...
Dando sequência aos acontecimentos de Tudo se Perdoa por Amor, este livro mantém o mesmo tom leve e agradável que torna a leitura envolvente, ao mesmo tempo que apresenta novas personagens e coloca novos problemas perante as já conhecidas. Há, ainda assim, um elemento que logo diferencia o rumo da história. Enquanto que, no livro anterior, o casamento de Debbie surgia como o grande acontecimento por ocorrer e a razão de muitas expectativas, neste livro não há um grande evento em perspectiva, mas antes a evolução das vidas das muitas personagens que povoam a história, com os seus pequenos dramas e as inevitáveis mudanças que surgem de cada situação problemática.
E são precisamente as mudanças o que mais surpreende neste livro. A história (ou as histórias) centram-se essencialmente nos pequenos dramas da vida pessoal, desde as atribulações da vida a dois aos problemas de trabalho e aos atritos familiares, mas é na forma como as personagens crescem, quer pelas descobertas resultantes dos problemas, quer pela nova perspectiva dada por uma visão mais ampla dos respectivos passados e vidas familiares, que se encontram os momentos mais cativantes do livro. Personagens que no primeiro livro eram basicamente detestáveis mostram agora um lado mais afável e, por vezes, uma razão para o comportamento ríspido ou insensível (que é, afinal, um mecanismo de defesa), ao mesmo tempo que novas figuras surgem para se insinuar como ódios de estimação. Cria-se assim uma visão mais completa da natureza das personagens e, numa história que vive, em grande medida, dos pequenos dramas e das emoções que estes evocam, a empatia para com as suas desventuras.
Apesar de um extenso (e que continua a crescer) conjunto de personagens, esta não é propriamente uma história complexa. Os acontecimentos baseiam-se, em grande medida, nas alterações comuns à rotina da vida e a forma como a autora os desenvolve, é também bastante simples. O resultado é uma leitura agradável e descontraída, com uma história sem grandes situações de tensão, mas centrado nas pequenas coisas e nas dificuldades da vida quotidiana.
Envolvente e com uma boa história, Felizes para Sempre apresenta novas personagens e vários desenvolvimentos interessantes para a história iniciada em Tudo se Perdoa por Amor. Mais uma vez, várias possibilidades são deixadas em aberto, mas há muito de interessantes nos novos desenvolvimentos na vida deste peculiar conjunto de personagens. Um livro leve, em suma, e uma boa leitura para descontrair.
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